Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"O Difícil e o Impossível"!!!

Confundimos sempre o difícil e o impossível, fazendo tudo uma mesma coisa.
Mas não é...
Difícil é algo que encontra obstáculos, geralmente grandes...
Impossível é um beco sem saída, é o inalcançável.
Mas em certas situações da vida não vemos essa diferença. É quando as forças nos abandonam, o passado parece que recai na nossa cabeça e o futuro parece obscuro. Nesses instantes de fraqueza tudo toma forma de impossível. E, mesmo se ousamos sonhar, nos dizemos realistas quando afirmamos que esses sonhos são impossíveis.
Deixa eu dizer uma coisa... tanto que os sonhos estão dentro da nossa cabeça, nunca estarão longe demais de nós. Então, já não são impossíveis, apenas precisarão de algum esforço a mais para que se tornem realidade, precisarão de um pouco mais de trabalho, perseverança, atitude positiva, fé e coragem... Precisarão de uma dose diária de ânimo.
É quando julgamos impossível que não fazemos nada, porque já colocamos um ponto final onde nem começo teve. 
Existe uma diferença entre difícil e inalcançável... Difícil é sempre aquilo que vem com impedimentos e o inalcançável nossas mãos não tocam. Portanto, mesmo o inalcançável a gente acaba tocando com o coração...  Não é o caso do brilho das estrelas e do luar? 
Nossos sonhos só são altos demais se nos curvamos diante deles, se nos fazemos miúdos e deixamos de olhar para a frente.
Impossível mesmo é aquilo que não tem mais volta porque o fôlego se foi...
Tudo o mais são simples etapas que devem ser vencidas, caminhos que devem ser atravessados.

Experimente dar um primeiro passo... e isso vai fazer toda a diferença!

Letícia Thompson

quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Conquistas Externas e Internas"!!!

 O homem moderno, criador de excelente tecnologia e descobridor de inúmeras leis que regem o Universo e a vida, teima em ignorar a Lei de amor, fator causal da felicidade e expressão máxima do Divino pensamento.
Graças aos engenhos sofisticados da Astronáutica, logrou pousar repetidas vezes na lua, enquanto suas admiráveis naves espaciais viajam na direção de outros planetas do Sistema Solar, e já fala em turismo espacial.
As distâncias exteriores têm sido conquistadas a cada dia e a cada hora, aproximando-nos dos diferentes corpos celestes e de variados lugares terrestres.
As velocidades são alcançadas de forma desafiadora, já havendo ultrapassado a do som.
Para o homem moderno, tem sido relativamente fácil superar esses desafios. Porém, não vence a distância emocional que o isola, no lar, dos demais familiares; no escritório, dos colegas; na sociedade, das outras pessoas.
Mergulhado no oceano dos conflitos que o afogam, ainda não resolveu viver próximo do seu irmão, em comunhão de elevada solidariedade, encontrando-se e encontrando o familiar, o companheiro, o desconhecido que pode se tornar amigo, o desafeto que pode se transformar em colaborador.
As experiências, que decorrem das viagens para fora, mais o isolam no ninho doméstico, no lugar de trabalho, na comunidade.
Nas férias, busca relacionamentos novos com pessoas que vivem longe, que logo se diluem no esquecimento ou na indiferença, e quando necessita de afetos e amizades coloca anúncios nos jornais, afirmando-se pessoa tímida.
Ou, então, navega pela Internet à procura de alguém que lhe ouça as amarguras, protegido pelo anonimato e descompromissado com a aproximação.
Alguns buscam o triunfo no relevo social, na polpuda conta bancária, nas jóias de alto preço, nos bens imobiliários luxuosos, nos veículos caros, e se esquecem de atender ao chamado do amor, que plenificar por dentro tanto os que possuem coisas como os que nada têm.
Temos que convir que há um abismo que separa o homem externo do homem interno; entre aquele que vence as distâncias físicas, mas não se auto-encontra; que resolve as dificuldades de fora e não equaciona as de dentro, evitando-as, mascarando-as, transferindo-as no tempo.
Inevitavelmente, esse indivíduo faz-se vítima da própria conduta, tornando-se inseguro, insatisfeito, alienado e, não raro, vítima da saturação, da irritabilidade, do tédio, que o poderão empurrar para os alcoólicos ou outras drogas, para o sexo descomprometido, para a loucura, o suicídio ou o crime.
Faz-se urgente que alteremos nossa ótica equivocada pela qual temos observado as finalidades da vida, a fim de que encontremos as soluções para os problemas do ser humano em si mesmo.

O homem de hoje, enfrentando alta soma de dissabores, angústias e incertezas, não terá outra alternativa, logo mais, exceto viajar para dentro de si mesmo, aproximando-se dos demais indivíduos e redescobrindo a sua imortalidade espiritual, a transitoriedade do corpo orgânico, e a excelência do amor como responsável por tudo quanto existe, manifestação natural e especial de Deus.

Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 23 de julho de 2013

"A Ação Da Amizade"...

Vez que outra, é bom nos determos, por alguns minutos, para refletir um pouco sobre a ação da amizade em nossas vidas.
A amizade é o sentimento que une as almas umas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação, a amizade floresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola... A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e as infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada das pessoas que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa... Discreta, se apaga, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor... A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra o êxito, se avança com aridez na alma ou indiferente ao enlevo da sua fluidez.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões, dá-nos até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é a meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Existe uma ciência de cultivar a amizade e construir o entendimento. Como acontece ao trigo, no campo espiritual do amor, não será possível colher sem semear. Examine, pois, diariamente, a sua lavoura afetiva... Irrigue-a com a água pura da sinceridade, do perdão, da atenção.
Sem esquecer jamais do adubo do amor, do carinho e do afeto...
Imite o lavrador prudente e devotado, e colherá grandes e precisos resultados.

Momento Espírita

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"O Pardoxo da Tolerância"!!!

A tolerância é auto-contraditória, pois é reflexiva.  Como princípio, a tolerância dita que devemos ser tolerantes com tudo.  Nós não podemos escolher o que vamos e o que não vamos tolerar.  Se isto é assim, então a tolerância exige tolerar a intolerância.  Assim, se alguém está pregando e praticando a intolerância, a pessoa tolerante não pode, em princípio, falar contra o que a pessoa intolerante está fazendo, pois falar contra a intolerância seria por si só um ato de intolerância.
Em outras palavras, o princípio da tolerância exige que se conceda a pessoas com intolerância o direito de ser intolerante.  Isto é claramente contraditório, uma vez que a tolerância não pode tolerar o que especificamente se propõe a ser contra (ou seja, a intolerância), mas exige, contudo, para fazer exatamente isso.
A tolerância é manifestamente contraditória e, portanto, irracional. A intolerância como princípio não exige que sejamos constantemente e universalmente intolerantes: ela nos oferece a opção de ser tolerante.  Isto é simples, e não é difícil seguir este princípio para viver a vida.
Um lema simples explica que uma pessoa intolerante pensaria: “Eu gosto das coisas que eu gosto e odeio as coisas que eu odeio, e eu odeio as pessoas que gostam de coisas que eu odeio, e eu farei que odeiem a conhecê-las, em termos inequívocos”.  O que poderia ser mais fácil?    “Se você não está comigo, está contra mim, e por isso você é meu inimigo, e eu vou tratá-lo como tal.” George W. Bush praticou esta filosofia para a perfeição durante a sua presidência, recompensando aqueles que o apoiavam e “punindo” aqueles que não fizeram.
Nós temos o sentido intuitivo (além do que a mente racional diz-nos) de que há algo de errado com este raciocínio, por mais lógico e racional que seja.  Nós aprendemos intolerância com a experiência e já vimos que não funciona muito bem na prática. Guerras religiosas, a caça às bruxas (antiga e moderna), a perseguição (política, religiosa e social), estas são todas as frutas deliciosas da intolerância, cujos sabores, eu prefiro não provar.  Mahatma Gandhi fez perfeitamente esta colocação quando disse: “Olho por olho, acaba por tornar o mundo inteiro cego.”
Poderíamos dizer: intolerância gera intolerância em uma espiral descendente.
Curiosamente, a tolerância nem sempre tolera, mas geralmente o faz, é isso que nos é recomendado, como o superior dos dois princípios.

Autor Desconhecido

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Ciência E Espiritualidade"...

Por mais que neguem os materialistas, a espiritualidade é um atributo que faz parte da essência do ser humano. Desde os tempos primitivos o Homem percebeu que existem forças que transcendem o seu domínio e passou a respeitar, a temer e a se subjugar diante das ameaças dos fenômenos da natureza, da conjunção dos astros e da incerteza do futuro.
Nasceram assim as crenças, os mitos, os deuses. as magias, os sortilégios, o misticismo, organizaram-se templos e igrejas com suas liturgias, seus sacerdotes e prosperaram as “instituições religiosas”. Neste clima vários deuses disputavam o poder e a força do verdadeiro Deus.
Conquistando a razão no decurso dos milênios que a evolução lhe exigia percorrer, o Homem percebia que sua experiência psíquica ultrapassava a realidade limitada pela experiência que os sentidos lhe permitia perceber. No seu íntimo, a vida transcendia a própria morte e as lembranças dos seu antepassados, que lhes pareciam visitar nos sonhos ou nas recordações, o faziam pressupor que uma vida futura deveria reunir a todos.
Os séculos se sucederam sem que no entanto o ser humano conseguisse atravessar a fronteira da morte sem temor e sobressaltos. A espiritualidade permanecia como uma conquista sempre adiada para depois, uma viagem sem volta ou uma terra que se comprava com promessas, lamentações ou indulgências.
A caminhada de Jesus pela Terra traçou rumos, comprovou a imortalidade, estabeleceu a comunhão com o Pai, dialogou com os Espíritos e revelou os gozos da vida futura. O Homem, persistiu, porem, nos desvios irresponsáveis, preferindo as vantagens que a Terra e as conquistas materiais o permitia possuir.
Nos dias de hoje as palavras do Cristo de novo ressoam nas páginas do Consolador prometido. A “Pátria do Evangelho” se ergueu revelando-se como o grande “portal da Espiritualidade” a insistir com o Homem que Deus existe, que a vida continua, que somos espíritos imortais, que na Casa do Senhor há muitas moradas onde nossos entes queridos nos aguardam e que este mundo e o “outro” se relacionam num vai e vem de interferências múltiplas.
A mesma doutrina do Cristo, agora codificada por Kardec, nos expôs, ao lado dos cânticos da Boa Nova, a fé raciocinada, permitindo a constatação do fenômeno espiritual com os paradigmas de uma “nova ciência”.
A espiritualidade, quando avaliada cientificamente, esbarra, porem, em uma série de dificuldades. Primeiro a sua própria conceituação, depois, sua distinção com religião e misticismo.
A Religião implica numa organização institucional com uma maior ou menor participação do indivíduo. Nas religiões tradicionais são prescritas crenças, dogmas, rituais, práticas litúrgicas e compromissos sociais com a instituição.
A exploração da espiritualidade é historicamente uma prática comum às religiões, que se aproveitam de alguns conceitos que são compartilhados entre ambos : a relação transcendente com Deus ( uma “força suprema” ou uma “energia universal”) e a veneração por aquilo que é tido como sagrado.
A dimensão espiritual implícita na natureza humana é aceita por uns mas, não por outros, e aquilo que permite alguém ter aceso à esta dimensão, não terá nenhum significado para aquele que não admite a sua existência.
Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade, suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto, manterem um vínculo estreito com a espiritualidade.
A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.
Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.
Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conexão com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.
Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais podemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.
Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso.
O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual.
Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir contacto direto com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado e aqueles outros quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. Mais significativas ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de experiências de quase morte (near death experience) e as projeções fora do corpo físico (out of body experience) nos quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual
No Brasil, podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns os recados do outro lado tem sido tão freqüentes que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos.
Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”.
Qualquer cientista sem preconceito pode sistematizar suas observações dentro dos três domínios que apresentamos para a análise da espiritualidade e confirmar que na “prática”, nas crenças” e nas “experiências espirituais” nos seus vários matizes, a espiritualidade toda se manifesta, revelando a centelha divina e imortal que habita em todos nós.

Nubor Orlando Facure

domingo, 14 de julho de 2013

"A Solidão Amiga"!!!



A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar?
 Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas... De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso...
É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão?
Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo:
"Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo... E pense... Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão.
Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim. Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga...
Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta... E lastimava, ignorante, a falta... Hoje não a lastimo... Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim... E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.!"
Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca.
Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:
"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!
Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas. Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes. Ali as palavras e os tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."
E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção... Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento!
Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário... E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."
Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte:
"As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.
E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."
Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam... E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...
A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos...
Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação...Ela não é verdadeira.
Mas essa conversa não acabou: vou falar depois sobre os companheiros que fazem minha solidão feliz.


Rubem Alves

terça-feira, 9 de julho de 2013

"Alegria Em Aprender... Maestria em Ensinar"!!!


A alegria em aprender...
Eu tive um professor de ciências que realmente impactou a minha forma de aprender.  Recordo com nitidez suas aulas... Eram divertidíssimas.
Ele iniciava a aula com uma série de perguntas sobre as coisas do nosso dia a dia. Geralmente era um problema real, que ele exagerava com contornos propositalmente absurdos. Coisa que a maioria de nós, depois de rir muito, atalhávamos em contraposições na tentativa de conter tantos exageros, como que a chamar à razão aquele gênio distraído que nos ministrava as aulas.
Depois ele propunha uma espécie de jogo. Uma competição para que resolvêssemos o problema. Os prêmios eram hilários.  Objetos estapafúrdios que ele retirava aleatoriamente de sua valise de professor-cientista-maluco no qual ficava patente seu divertido “improviso”.
Por exemplo:
•Uma arruela enferrujada (extraída de um disco-voador “por suas próprias mãos”)
•Uma maçaneta quebrada (da porta da casa de praia de Einstein em Matinhos-PR)
•Uma bolinha de pingue-pongue vermelha (da coleção de Isaac Newton)
•Duas tampinhas de Crush (bebidas por Alexandre Volta em uma convenção científica em Guarapuava-PR em 1915.)
Em assim por diante.
Obviamente essa “valiosa premiação” estava facultada à melhor solução do problema proposto.  Coisa que dependia de um conhecimento prévio que geralmente encontrávamos em nosso livro texto.
Assim para ganharmos a partida tínhamos que estudar com alguma antecedência.
Sabíamos de antemão qual era a regra do “jogo” e isso era também divertido.
Além da premiação, que surtia um efeito compensador puramente simbólico, existia o encantamento de solucionarmos um problema real.  Algo como a pertinência do aprendizado como se o conhecimento fosse uma ferramenta que devíamos aprender a construir.
Esse segredo é muito difícil de explicar, mas muito fácil de aprender.
A alegria em ensinar...
Hoje quando recordo de suas aulas, consigo compreender suas técnicas de ensino e vislumbrar a genialidade de sua grande maestria.
Ele provocava um deslocamento em nossa cognição.
Através de seus questionamentos ele evidenciava um vazio que precisava ser preenchido.  E sempre criava novas ligações com aquilo que já sabíamos num encadeamento inovador e surpreendente. Então borbulhávamos de perguntas em nossa curiosidade juvenil, que era saciada apenas para ser novamente aguçada num ciclo que se repetia de forma sempre ascendente.
Porém, o que recordo também com muita clareza era a paixão com a qual ele ensinava.
Ideal e realidade...
Sem dúvida, sua influência muito contribuiu para minha escolha profissional.
Felizmente posso seguir seu exemplo e trabalhar com essa mesma alegria, com esse mesmo grau de envolvimento.
Isso porque tenho tido muita sorte em trabalhar em escolas que possibilitam essa liberdade e esse direito do professor – o de ser professor de verdade.
Primeiro, porque o valorizam não apenas como um mero profissional repetidor de informações, mas como um agente que influencia significativamente a construção de nosso pensamento, bem como do nosso futuro.
Segundo, porque adotam um sistema de ensino ético, calcado em um projeto pedagógico consistente, onde o administrativo está a serviço do pedagógico e não ao contrário.
Nessas escolas o professor tem voz. E é professor!
Não é confundido com uma ama-seca ou com um servo guardador de rebanhos do século XV.
O Brasil precisa de mais escolas assim! Escolas que não venderam sua alma!
Seja para o capital e suas cruas regras de mercado.  Seja para ideologia do descaso e da má vontade institucionalizada.
Fico triste ao perceber que muitos pais que negligenciam a educação de seus filhos simplesmente os despejam na escola – e seja cada um por si – lembrando os visigodos em um campo de batalha. A culpa é da escola, do professor e do sistema. Nunca da sua má vontade, de seu desamor, de seu desrespeito e negligência para com seus filhos e também para com a sociedade ao largar no mundo pessoas com tal naipe de conduta.
Parece que tal clientela pré-histórica requer uma escola com igual perfil de negligência e abandono e que apenas finge cumprir a tabela. Onde isso vai parar?
Alegria em ensinar e a verdadeira maestria
Por um lado, está claro para todos nós dos benefícios de um aprendizado efetivo calcado na alegria de aprender e na pedagogia do afeto.
Por outro lado, quem terá alegria em ensinar?
•Quando for mal pago?
•Quando for tratado como cidadão de quinta categoria e obrigado a trabalhar 15 horas por dia isso sem contar o trabalho não remunerado que tem em casa (preparo de aulas, preparo e correção de provas, etc.).
•Quando for desrespeitado em sua profissão e/ou pessoalmente ameaçado e intimidado por alunos, pais, coordenadores, diretores e principalmente pelo estado? (Até a cavalaria já foi usada por um governador para “intimidar” seus professores).
É por essas e outras razões a realidade do nosso penúltimo lugar em educação.
O que é vergonhoso para um país com o tamanho do nosso! O que é vergonhoso e terrível para todos nós!
Quando o Brasil aprender essa simples lição, de que “nenhuma corrente é mais forte que seu elo mais fraco”... Quem sabe dará chance aos seus professores de serem mestres de verdade.

 Mustafá Ali Kanso

domingo, 7 de julho de 2013

"Agir Honestamente... Nossa Obrigação"!!!!!!

A humanidade cada vez mais demonstra preocupação com questões transcendentes da vida.
A consciência de que viver não se resume a aspectos materiais se dissemina pela sociedade.
Fala-se em entrar em contato com a própria essência, em desenvolver a espiritualidade.
Independentemente de filiação a determinada corrente religiosa, a ampla maioria afirma acreditar em uma força superior. Isso revela as criaturas buscando identificar a razão de sua existência.
Como tudo no universo encontra-se em constante metamorfose e aprimoramento, conclui-se que o progresso é uma das finalidades da vida.  O anseio pelos aspectos sublimes da existência demonstra justamente as criaturas em pleno processo evolutivo.
Mas é importante recordar que a evolução dá-se de modo cadenciado. Na natureza não ocorrem saltos. As espécies não se transformam repentinamente.
Determinadas etapas devem ser vencidas para ser possível atingir-se a fase seguinte.
É como a construção de uma casa: ninguém inicia pelo acabamento. Faz-se necessário antes providenciar sólida estrutura.  O mesmo ocorre com o psiquismo das criaturas.
A identificação com as faixas superiores da vida pressupõe o domínio de aspectos básicos do viver.
A harmonia e a paz são o resultado de vivências nobres do espírito.
Tais conquistas não são improvisáveis e nem surgem de um momento para o outro.
Assim, ao preocupar-se com questões transcendentes, não esqueça coisas elementares.
A honestidade é justamente uma das primeiras virtudes a serem conquistadas por quem deseja a paz e a felicidade. ..
O céu não é um local determinado no espaço, mas um estado de consciência, de harmonia com as leis divinas.
Mas não é possível harmonizar-se com tais leis sem o rigoroso atendimento dos próprios deveres.
Ser honesto implica demonstrar lealdade em todos os aspectos da existência.  O homem honesto realiza as tarefas que lhe cabem, com ou sem testemunhas.  Ele não inventa desculpas para avançar sobre o patrimônio do vizinho... Infelizmente, nossa sociedade vive uma grande crise ética.
Ao tempo em que demonstram indignação com a desonestidade alheia, os indivíduos são com freqüência desleais em seus negócios particulares.
Muitas vezes, quem reclama dos políticos não paga corretamente seus impostos.  Inúmeros estudantes bradam contra a falta de ética de governantes e empresários, mas colam nas provas e copiam as tarefas dos colegas... Esse gênero de conduta sinaliza apenas hipocrisia.
Como afirmou Jesus, é necessário dar a César o que é de César... Ao agir honestamente, ninguém faz mais do que a obrigação.
Mas não há como desenvolver harmonia espiritual se nem a honestidade ainda foi assimilada.
É paradoxal fazer caridade sem pagar as próprias contas. A torpeza dos outros não lhe serve de desculpa... Antes de preocupar-se com a ausência de ética alheia, analise seu modo de viver.
Pense se você tem condições de assumir tudo o que faz e diz... Pense nisso!
A lealdade irrestrita é uma recompensa em si mesma, pois confere dignidade e auto-respeito.
Assim, se você deseja viver em paz, seja honesto...
Afinal, a conquista da paz pressupõe poder observar o próprio proceder sem remorso ou vergonha. 

 Momento Espírita.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

"Ajuda Entre Sábios"!!!


Estás interessado em saber se um sábio pode ser útil a outro sábio...
Nós definimos o sábio como um homem dotado de todos os bens no mais alto grau possível.
A questão está pois em saber como é possível alguém ser útil a quem já atingiu o supremo bem.
Ora, os homens de bem são úteis uns aos outros. A sua função é praticar a virtude e manter a sabedoria num estado de perfeito equilíbrio. Mas cada um necessita de outro homem de bem com quem troque impressões e discuta os problemas.
A perícia na luta só se adquire com a prática; dois músicos aproveitam melhor se estudarem em conjunto. O sábio necessita igualmente de manter as suas virtudes em atividade e, por isso mesmo, não só se estimula a si próprio como se sente estimulado por outro sábio. Em que pode um sábio ser útil a outro sábio?
Pode servir-lhe de incitamento, pode sugerir-lhe oportunidades para a prática de ações virtuosas. Além disso, pode comunicar-lhe as suas meditações e dar-lhe conta das suas descobertas.
Nunca faltará mesmo ao sábio algo de novo a descobrir, algo que dê ao seu espírito novos campos a explorar.
Os indivíduos perversos fazem mal uns aos outros, tornam-se mutuamente piores, na medida em que despertam a ira, favorecem o mau carácter, enaltecem os prazeres; tais indivíduos são mesmo tanto mais nocivos quanto mais partilham os seus vícios e juntam as suas forças maléficas com um objectivo comum.
O contrário é igualmente válido: um homem de bem só pode ser útil a outro homem de bem.
 "De que modo?", perguntarás tu. Transmitir-lhe-á o seu contentamento, reforçará a sua autoconfiança; a contemplação mútua da respectiva tranquilidade fará aumentar em ambos a alegria. Além disso pode ainda proporcionar-lhe o conhecimento de certas matérias, já que mesmo um sábio não pode saber tudo.
E mesmo que soubesse tudo, outro sábio pode muito bem descobrir um método mais rápido para atingir o conhecimento da natureza e facilitar-lhe o acesso a um meio de melhor formular uma visão global das coisas.
Um sábio pode ser útil a outro sábio, e não somente graças às suas próprias forças, mas graças também às daquele a quem está auxiliando. Claro que o primeiro, mesmo entregue apenas a si próprio, é capaz de desempenhar perfeitamente o seu papel. Todavia, embora corra com a velocidade que lhe é própria, nem por isso deixará de lhe aproveitar uma voz de incitamento.


Séneca

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"Contei Meus Anos e Descobri"...

 Contei meus anos e descobri ... 
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas...
As primeiras, ele chupou displicentemente...
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço...
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades...
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram.
Cobiçando seus lugares, talento e sorte...
 Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas.
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos... 
 Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos...
Quero a essência...
 Minha alma tem pressa....  Sem muitas jabuticabas na bacia.
Quero viver ao lado de gente humana... Muito humana...
Que não foge de sua mortalidade...
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade!


Rubem Alves

quarta-feira, 3 de julho de 2013

"Divórcio... Povo X Cultura"!!!


O povo está divorciado da cultura, e encolhe-se cada vez mais na sua fome e na sua ignorância. Somos nós, os que saímos dele e o queremos verdadeiramente servir, que temos o dever de o procurar, de o esclarecer, de o interessar ativamente na sua própria salvação.
Que lhe importam os grandes livros, se ele os não pode nem sequer ler?
Que lhe importam as grandes sinfonias, se ele as não sabe ouvir?
É urgente chamar o povo à realidade nacional... É preciso interessá-lo de verdade no processo social, onde ele tem o único papel que conta.
— Para isso?...
— Convidá-lo desde já a votar livre e claramente. Chamá-lo a determinar-se, a escolher os seus homens, a responsabilizar-se no seu destino... Esse destino é?...
— O destino de todos os corpos vivos: crescer, multiplicar-se, procurar a felicidade, e deixar no seu caminho uma nítida e aberta marca de compreensão e de amor.

" A diferença existente entre os
 homens cultos e os incultos é:
 -A mesma diferença que existe entre
 os vivos e os mortos'." 
 Diógenes Laércio


 Miguel Torga
"Diário (1945)
 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

"Mergulho Silencioso"!!!

Todos nós, em algum momento da vida, diante de alguma tristeza ou alguma grande dificuldade, sentimos a necessidade de encontrar respostas para questionamentos sobre o que somos e o que é a vida. Cada um tem seu caminho..
Uns buscam respostas na religião, outros na meditação, outros em terapia, outros na literatura. E tudo é importante, toda busca é válida e necessária, se através dela a pessoa consegue encontrar-se, encontrar um caminho para o conhecimento do que a infelicita, a cura de algo que nem ela consegue entender.
Isso não é fácil. É um processo interior difícil e muito complicado, porque somos seres complexos, somos um mundo desconhecido dentro de nós. Palavras não traduzem nossos pensamentos e sentimentos, nossas angústias e emoções. Decifrar-nos é crescimento, é experiência de vida.
E quando vemos frutificar nossas buscas, o sentimento é de grande vitória, mesmo que elas sejam pequenas e uma de cada vez. Compreender a nós mesmos é muito difícil, mas essencial para nossa vida. E não existe uma verdade, nem fórmulas, nem regras e isso nos enriquece, nos torna seres diferentes com a possibilidade de aprendermos uns com os outros nos caminhos que se cruzam pela vida.
Li numa revista a seguinte frase: "práticas que investem no mergulho silencioso e interior podem ser tão produtivas e curativas quanto a relação entre um terapeuta e seu paciente". Então, isso quer dizer que só nós mesmos temos a chave de nosso prazer de viver em comunhão com o que está a nossa volta. O mergulho para dentro de nós quem faz somos nós mesmos.
Existem muitas pessoas em nossa vida com as quais aprendemos, pessoas que nos dão perspectivas que não tínhamos. Mas como equacioná-las para a nossa vida, só nós conseguiremos através de mudanças. E para mudar, precisamos fazer escolhas...
Estas são mudanças interiores e as escolhas, íntimas.
Talvez as reviravoltas de nossas vidas -- esses sofrimentos por que passamos -- sejam sinais para que despertemos para algo novo de que estamos necessitando.
E nessa busca vamos descobrindo que, o que nos parecia difícil de entender ou aceitar era o caminho que precisávamos para essa viagem em direção ao que somos em essência. Essas descobertas nos ajudam a ter controle sobre nossas emoções, sobre nossos sentimentos e ações, o que nos dá o equilíbrio de que precisamos para viver bem.
E esse processo não se finda, ao contrário, será constante, assim como cada vitória será um aprendizado gratificante. Viver é uma viagem...
Que possamos, então, fazer dela uma boa viagem.


Autores Desconhecidos