Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

"O Valioso Tempo Dos Maduros"!!!

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora... Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas...
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Mário de Andrade

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

" A Inteligência E O Sentido Moral"!!!

A inteligência é quase inútil para aqueles que só a possuem a ela.
O intelectual puro é um ser incompleto, infeliz, pois é incapaz de atingir aquilo que compreende. A capacidade de apreender as relações das coisas só é fecunda quando associada a outras atividades, como o sentido moral, o sentido afetivo, a vontade, o raciocínio, a imaginação e uma certa força orgânica. Só é utilizável à custa de esforço.
Os detentores da ciência preparam-se longamente realizando um duro trabalho. Submetem-se a uma espécie de ascetismo. Sem o exercício da vontade, a inteligência mantém-se dispersa e estéril. Uma vez disciplinada, torna-se capaz de perseguir a verdade. Mas só a atinge plenamente se for ajudada pelo sentido moral.
Os grandes cientistas têm sempre uma profunda honestidade intelectual.
Seguem a realidade para onde quer que ela os conduza. Nunca procuram substituí-la pelos seus próprios desejos, nem ocultá-la quando se torna opressiva.
O homem que quiser contemplar a verdade deve manter a calma dentro de si mesmo.
O seu espírito deve ser como a água serena de um lago. As atividades afetivas, contudo, são indispensáveis ao progresso da inteligência. Mas devem reduzir-se a essa paixão que Pasteur chamava deus interior, o entusiasmo. O pensamento só cresce naqueles que são capazes de amor e de ódio. Exige, portanto, para além da ajuda das outras atividades da consciência, a do corpo.
Mesmo quando escala os degraus mais elevados e se ilumina de intuição e de imaginação criativa, precisa de uma armadura tanto moral como orgânica.
O desenvolvimento exclusivo das atividades afetivas, estéticas ou místicas produz homens inferiores, espíritos mesquinhos, estreitos, visionários.
Observamos muitas vezes exemplos destes, embora hoje todos disponham de educação intelectual. Não é necessária uma grande cultura da inteligência para fecundar o sentido estético e o sentido místico e produzir artistas, poetas, religiosos, todos aqueles que contemplam desinteressadamente os diversos aspectos da beleza.
Acontece o mesmo com o sentido moral e o raciocínio. Mas estas atividades quase se bastam a si mesmas. Conferem àquele que as possui aptidão para a felicidade. Parecem fortalecer todas as outras atividades, mesmo as atividades orgânicas.
Na educação, devemos ter essencialmente em conta o seu desenvolvimento, pois asseguram o equilíbrio do indivíduo. Constituem um elemento sólido do edifício social. Para os membros anônimos das grandes nações, o sentido moral é muito mais importante do que a inteligência.

Alexis Carrel

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

"A Felicidade Pertence Aos Que Se Bastam a Si Próprios"!!!

Cada um deve ser e proporcionar a si mesmo o melhor e o máximo.
Quanto mais for assim e, por conseguinte, mais encontrar em si mesmo as fontes dos seus deleites, tanto mais será feliz.
Com o maior dos acertos, diz Aristóteles:
"A felicidade pertence aos que se bastam a si próprios".
Pois todas as fontes externas de felicidade e deleite são, segundo a sua natureza, extremamente inseguras, precárias, passageiras e submetidas ao acaso; podem, portanto, estancar com facilidade, mesmo sob as mais favoráveis circunstâncias; isso é inevitável, visto que não podem estar sempre à mão.
Na velhice, então, quase todos se esgotam necessariamente, pois abandonam-nos o amor, o gracejo, o prazer das viagens, o prazer da equitação e a propensão para a sociedade.
Até os amigos e parentes nos são levados pela morte. É quando, mais do que nunca, importa saber o que alguém tem em si mesmo. Pois isso se conservará por mais tempo. Mas também em cada idade isso é e permanece a única fonte genuína e duradoura da felicidade.
Em qualquer parte do mundo, não há muito a buscar: a miséria e a dor preenchem-no, e aqueles que lhes escaparam são espreitados em todos os cantos pelo tédio. Além do mais, via de regra, impera no mundo a malvadez, e a insensatez fala mais alto. O destino é cruel e os homens são deploráveis.
Num mundo com tal índole, aquele que tem muito em si mesmo assemelha-se ao iluminado recanto de Natal, aquecido e aprazível no meio da neve e do gelo da noite de dezembro.
Por conseguinte, ter uma individualidade meritória e rica e, em especial, muita inteligência, é sem dúvida a sorte mais feliz sobre a terra, por mais diversa que possa ser da sorte mais brilhante.

Arthur Schopenhauer


domingo, 14 de fevereiro de 2016

"Religião Cósmica"!!!

É muito difícil transmitir este sentimento a alguém completamente desprovido dele, especialmente porque não lhe corresponde qualquer concepção antropomórfica de Deus.
Os génios religiosos de todos os tempos distinguiram-se por possuírem este tipo de sentimento religioso, que não reconhece nenhum dogma nem nenhum deus concebido à imagem do homem; por isso não pode existir nenhuma igreja cujos ensinamentos centrais se baseiem nele. Logo, é precisamente entre os heréticos de todos os tempos que encontramos homens cheios deste tipo de sentimento religioso e que foram olhados em muitos casos pelos seus contemporâneos como ateus, por vezes também como santos.
A esta luz, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza são muito parecidos entre si.
Como pode o sentimento religioso cósmico ser comunicado por uma pessoa a outra se não conduz a nenhuma noção definida de Deus e a nenhuma teologia?
Na minha perspectiva, a função mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e manter vivo este sentimento em todos os que sejam receptivos a ele.
Chegamos deste modo a uma concepção da relação entre ciência e religião muito diferente da habitual. Quando consideramos o assunto de um ponto de vista histórico, somos levados a olhar para a ciência e para a religião como antagonistas irreconciliáveis e por razões bastante óbvias.
O homem que está profundamente convencido da função universal da lei da causalidade não pode em situação alguma considerar a ideia de um ser que interfere no curso dos acontecimentos. Ele não tem necessidade de uma religião do medo e tem pouca necessidade de um religião social ou moral.
É portanto, fácil de ver por que razão as igrejas sempre lutaram contra a ciência e perseguiram os seus devotos. Por outro lado, defendo que o sentimento religioso cósmico é o motivo mais forte e mais nobre para prosseguir a investigação científica.
Um contemporâneo disse, não sem razão, que na nossa era materialista os trabalhadores científicos sérios são as únicas pessoas profundamente religiosas.

Albert Einstein


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Demonstrar Amor... Sempre! Implorar... Jamais"!!!

Andei escrevendo alguns artigos defendendo as demonstrações de amor, a transparência dos desejos e insistindo em afirmar que forte é aquele que assume o que está sentindo, ainda que isso seja feito através de lágrimas e sofrimento.
Pois muito bem! Recebi dezenas de mensagens de pessoas contando sobre o quanto têm exposto o que sentem e o quanto isso tem lhes rendido mais desafeto, menos estima por si mesmas e frustrações seguidas de frustrações.
Observando tais histórias, notei que, como em tudo o que é sutil e profundo ao mesmo tempo, há um tênue limite a ser observado nesta questão. Ou seja, é preciso amadurecimento e autopercepção para notar a diferença entre ‘demonstrar o que se sente’ e ‘mendigar o amor do outro’ – coisa que nunca defendi e nem pretendo fazê-lo agora; tanto que, numa outra ocasião, escrevi “O outro tem o direito de não gostar de você!”.
Tem muita gente confundindo ‘ser sincero’ com ‘ser inconveniente’; pessoas agindo sem dignidade em nome não de um amor, mas de uma obstinação infantil e neurótica. Quando digo que precisamos começar a admitir mais o que sentimos, não estou dizendo que devemos empurrar esse sentimento ‘goela abaixo’ do outro, nem implorar, esgoelar-se, fazer chantagens ou mendigar afeto.
Se o outro disse ou demonstrou que não quer, que não pode retribuir o amor que sentimos, o mínimo que podemos fazer é respeitá-lo e – sobretudo – tentar manter nossa autoridade moral diante deste ‘não’. Acontece que aí está outro tênue limite: a diferença entre ‘comportar-se de modo digno’ e ‘agir movido por um orgulho despeitado’.
De novo, é preciso maturidade para se dar conta de que chorar, expressar-se emocionalmente, esclarecer desejos e ser honesto com sua própria dor faz parte de uma personalidade íntegra; ao passo que ficar com raiva, se fechar ou demonstrar indiferença e superioridade quando o coração está, na verdade, sangrando, são atitudes que evidenciam um ego exacerbado, uma agressividade enrustida e nada produtiva.
Mas há que se considerar que entre a infantilidade e a maturidade existe um longo caminho a ser percorrido e muitas experiências a serem vivenciadas; isto é, uma vida inteira! E quem de nós nunca se excedeu, nunca insistiu ou nunca se comportou de modo orgulhoso e despeitado diante das armadilhas do coração?
Felizmente, pouquíssimos ou ninguém se reconhecerá tão conveniente, tão adequado e absolutamente oportuno na dança do amor; até porque, estaria sendo pedante, muito certamente.
Sendo assim, mais do que levar tão a sério o “jamais” que coloquei propositadamente no título deste artigo, meu intuito é que eu e você consigamos ser corajosos o bastante para arriscarmos e apostarmos mais uma vez na possibilidade de ser melhor!
Afinal, bom mesmo é descobrir na prática, errando e acertando, o quanto podemos amadurecer, nos tornar mais autênticos e inteiros no exercício de amar!
   
Rosana Braga

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"Para Onde Caminha O Amor?"!!!

Tudo nos leva a crer que a capacidade das pessoas viverem sozinhas esteja aumentando. Ou seja, é cada vez maior o número de homens e mulheres que se sentem razoavelmente em paz consigo mesmos, que são capazes de se entreter com seus afazeres e interesses, que sabem ir a um cinema ou bar sem se sentirem humilhados pela falta de companhia. Aliás, o aspecto social, também muito importante, começa a ser alterado.
Até pouco tempo atrás, a pessoa solteira era discriminada e rejeitada.
Quem não estivesse casado era visto como portador de status social inferior. Havia, portanto, uma forte pressão na direção do casamento. Sempre que constato esse tipo de pressão sou tentado a desconfiar das “delícias” do objetivo que se pretende impor. Se fosse tudo tão bom não seria necessário pressionar tanto!
A capacidade para uma razoável autossuficiência é uma das mais importantes aquisições do homem contemporâneo. Ela é fruto do empenho que tanto temos feito na direção do autoconhecimento e da introspecção. O progresso tecnológico também tem contribuído para que as nossas horas solitárias sejam passadas de modo agradável e rico. Com tudo isso, é natural que muitos de nós prefiram ficar sós a estar mal acompanhados. Maus casamentos, suportados apenas em razão das inseguranças e medos de se enfrentar um futuro incerto e eventualmente solitário, estão com os dias contados.
As relações ricas, plenamente gratificantes, baseadas no respeito mútuo, na compreensão e no desejo profundo de contribuir para que a pessoa amada seja o mais feliz possível continuarão a existir e a florescer como vida em comum.
Isso, desde que não existam impedimentos externos comprometedores (filhos de relacionamentos anteriores com atitude destrutiva, graves dificuldades financeiras e divergências práticas ou filosóficas), que podem minar as bases da aliança afetiva. Mas quantos são esses casamentos? Uns 10%? Talvez nem isso.
O que está ocorrendo, a meu ver, é uma importante modificação nas pessoas capaz de levá-las a olhar melhor o fenômeno do amor e a instituição casamento.
Como não estão mais desesperadas para se unir a alguém a qualquer custo, podem, em primeiro lugar, compreender que o amor é uma coisa e o casamento é outra.
O amor é uma sensação de paz e aconchego que sentimos quando estamos junto de uma pessoa, que, por inúmeras razões, se tornou especial e única para nós.
O casamento é uma sociedade civil complicada, ultimamente mal sucedida e geradora de conflitos. Ele terá de ser olhado à luz da razão e não do ponto de vista do amor. É lógico que ninguém vai querer morar junto com alguém que não provoque prazer romântico. Mas não é só isso o que determinará o estabelecimento da sociedade conjugal.
Dificuldades práticas de convívio levam as pessoas, segundo creio, a estabelecer um convívio em termos de namoro: cada um vive em sua casa, com suas finanças próprias, seu estilo de vida e seus problemas individuais. Se as dificuldades objetivas não existirem e se houver metas em comum que justifiquem o estabelecimento do vínculo societário, aí então as pessoas irão estabelecer matrimônio. É o caso, por exemplo, dos casais que efetivamente desejam ter filhos e patrimônio em comum.
A frequência de casamentos será muito menor, mas a qualidade deles tenderá a ser melhor. E quem não quiser esse tipo de vida ficará sozinho e buscará a felicidade por outros caminhos.

Flávio Gikovate

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

"As Nossas Dependências"!!!

Coisas há que dependem de nós... E outras há que de nós não dependem.
O que depende de nós são os nossos juízos, as nossas tendências, os nossos desejos, as nossas aversões: numa palavra, todos os atos e obras do nosso foro íntimo.
O que de nós não depende é o nosso corpo, a riqueza, a celebridade, o poder; enfim, todas as obras e atos que de maneira nenhuma nos constituem.
As coisas que dependem de nós são por natureza livres, sem impedimento, isentas de obstáculos; e as que de nós não dependem são inconsistentes, servis, susceptíveis de impedimento, estranhas.
Tem em mente, portanto, o seguinte: se avalias livre o que por natureza é servil, e julgas decente para ti o que te é estranho, sentir-te-ás embaraçado, aflito, inquieto, e em breve culparás os Deuses e os homens.
Mas se crês teu o que unicamente é teu, e por estranho o que efetivamente estranho te é, então ninguém te poderá constranger, nem tão pouco causar embaraços...
Não atacarás ninguém, a ninguém acusarás, nada farás contra a tua vontade...
Prejudicar-te, ninguém te prejudicará...
E não terás um só inimigo, e prova disso é sobre ti a ausência de qualquer dano.

Epicteto

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

"Educação Para A Independência Do Pensamento"

Não basta preparar o homem para o domínio de uma especialidade qualquer.
Passará a ser então uma espécie de máquina utilizável, mas não uma personalidade perfeita. O que importa é que venha a ter um sentido atento para o que for digno de esforço, e que for belo e moralmente bom. De contrário, virá a parecer-se mais com um cão amestrado do que com um ser harmonicamente desenvolvido, pois só tem os conhecimentos da sua especialização.
Deve aprender a compreender os motivos dos homens, as suas ilusões e as suas paixões, para tomar uma atitude perante cada um dos seus semelhantes e perante a comunidade.
Estes valores são transmitidos à jovem geração pelo contato pessoal com os professores, e não — ou pelos menos não primordialmente — pelos livros de ensino. São os professores, antes de mais nada, que desenvolvem e conservam a cultura. São ainda esses valores que tenho em mente, quando recomendo, como algo de importante, as «humanidades» e não o mero tecnicismo árido, no campo histórico e filosófico.
A importância dada ao sistema de competição e a especialização precoce, sob pretexto da utilidade imediata, é o que mata o espírito de que depende toda a atividade cultural e até mesmo o próprio florescimento das ciências de especialização.
Faz também parte da essência de uma boa educação desenvolver nos jovens o pensamento crítico independente, desenvolvimento esse que é prejudicado, em grande parte, pela sobrecarga de disciplinas em que o indivíduo, segundo o sistema adaptado, tem de obter nota de passagem. A sobrecarga conduz necessariamente à superficialidade e à falta de verdadeira cultura.
O ensino deve ser de modo a fazer sentir aos alunos que aquilo que se lhes ensina é uma dádiva preciosa e não uma amarga obrigação.

Albert Einstein

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"A Aceitação"!!!


As adversidades chegam quando menos esperamos. Elas não se anunciam, como as grandes tempestades ou os vulcões, elas aparecem, simplesmente. Nos pegam de assalto, nos deixam estáticos, sem reação.
E nós que pensávamos que certas coisas só aconteciam com os outros, sem nunca refletir que somos os outros de outros! Estamos sim, debaixo do mesmo céu, sujeitos às mesmas ventanias, aos mesmos vendavais, somos tão vulneráveis quanto quaisquer outros seres humanos.
Mas aprendemos que vida é luta e por isso lutamos. Utilizamos todas as armas colocadas à nossa disposição e com a permissão de Deus.
Deus!!! Ah, sim... nos lembramos dEle com mais freqüência. Todas as pessoas não possuem essa habilidade de cada manhã e cada noite chegar aos pés dEle para agradecer pela saúde, pela felicidade, por que tudo vai bem. Mas quando o mundo cai na nossa cabeça é como se descobríssemos essa verdade irrefutável:
Deus existe!
E com o coração dolorido e cansados, continuamos lutando, fazemos nossa parte, tentamos segurar a vida até que nos sentimos impotentes e nos dizemos que nada mais há a fazer.
Seria preciso termos a paciência de Jó para esperarmos com a certeza que dias melhores virão.
Portanto, há ainda, com o sopro de vida, uma última esperança: a oração!
Quando achamos que perdemos tudo, podemos ainda dobrar os joelhos para chegarmos à presença de Deus.
É difícil aceitar o sofrimento e a dor, mas a aceitação é o primeiro passo para melhor vivê-los, suportá-los e, quem sabe, vencê-los. Não somos assim tão diferentes dos outros, não possuímos casas construídas sobre rochas e somos vulneráveis, precisamos reconhecer isso antes de tudo.
Somos humanos... Humanos e dependentes dAquele que nos criou.
Muitas vezes é necessário cairmos para que reconheçamos o quanto precisamos de uma mão; é preciso uma doença para aprendermos o valor da vida, para que saibamos o que significa união, como um balde de água fria na nossa cabeça que nos acorda e nos deixa mais atentos. Olhamos mais à nossa volta, percebemos que nossos sentimentos são mais sólidos e visíveis do que pensávamos, despertamos, talvez, para pessoas que estavam perfeitamente invisíveis aos nossos olhos.
A dor une muito mais que a felicidade, porque as pessoas procuram apoiar e se apoiar. E ela nos abre os olhos para Deus.
Não... tudo não está perdido! Mas nem sempre a solução é a que esperamos ou desejamos. É preciso que, com joelhos no chão e coração aberto possamos estar prontos para receber, não o que merecemos, mas o que precisamos, que seja a cura, a vida ou a consolação.
Jesus aceitou a cruz porque sabia que seria vitorioso. E que, hoje, possamos aprender com Ele a aceitar nossos fardos, não como castigos, mas como lições de vida, dessas que vamos descobrindo devagarinho, que doem, mas que nos levam adiante, sempre vitoriosos, porque sabemos que não carregamos sozinhos.

Letícia Thompson