Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

"Também Quero Ser Discriminado"...

Todo mundo agora quer direitos... Não são suficientes aqueles – e não poucos – já previstos no arcabouço jurídico nacional; exigem direitos específicos.
Basta haver algum traço distintivo em algum grupo qualquer, que este grupo acredita que merece proteção especial.
São leis para os gays, para religiosos, para os negros e tantas mais diferenciações possíveis nesta diversidade infinita que é a natureza humana.
Ocorre que uma lei com direitos especiais, para ser eficaz, precisa conceder privilégios.
Os beneficiados de leis especiais devem ter direitos que as pessoas, em geral, não têm.
E isso por um reconhecimento de suas fragilidades. Se não fizer isso, é inócua; será apenas uma repetição do que já existe. Assim, uma lei com direitos especiais é a afirmação de que determinados tipos de pessoas merecem ser vistas de uma maneira diferente pela sociedade, com mais compaixão, mais piedade.
Por isso, uma lei com direitos especiais já é um tipo de discriminação...
Ela já pressupõe que o tipo de pessoa protegida é diferente da coletividade.
Não necessariamente uma distinção negativa, mas é, sim, uma distinção.
É um reconhecimento, no mínimo, de que ela merece cuidado diferenciado.O  problema é definir quem são essas pessoas, quem merece tratamento distinto que corrobore a feitura de leis protetivas especiais. E, claramente, está havendo um abuso na busca desses direitos. Qualquer distinção, ainda que não torne o indivíduo mais fragilizado que as outras pessoas, tem servido de pretexto para o requerimento de lei especial. Somos todos, assim, potenciais discriminados, que clamam por uma justiça feita aos berros.
Você é negro, clame por seus direitos! É mulher, grite mais alto! Gay, solte a franga e mostre ao mundo o quanto você merece proteção. Por que não, vocês, gordos, discriminados ininterruptamente? Loiras, tidas como uma espécie intelectualmente inferior? Crentes, sempre vistos como ignorantes? Baixinhos, relegados como menos aptos? Não há limites para quem pode reclamar pelo aconchego do colo estatal.
Apenas não esqueçam de um detalhe: enquanto a lei lhes protege, ao mesmo tempo afirma a inferioridade de vocês. Quando defende uma raça, pressupõe sua inferioridade social; quando protege a mulher, reconhece sua inferioridade física; ao criar mecanismos em favor dos deficientes físicos, sua óbvia inferioridade motora é realçada; quando toma a defesa dos doentes mentais, o faz por causa de sua inferioridade intelectual mesma.
Dessa forma, parece óbvio que se alguém deseja privilégios discrimina-se a si mesmo. Proclama que necessita de cuidados. Reconhece que, de alguma forma, por alguma circunstância, encontra dificuldades que precisam ser compensadas.
Em suma, os grupos que buscam as benesses especiais da lei, consciente ou inconscientemente, declaram-se fragilizados.
Por tudo isso, quem quiser direitos, faça o seguinte: afirme-se um fraco, um inútil, alguém sem força para defender-se, que não produz, que não cresce, que não pode trabalhar. Com isso, se encaixará perfeitamente no perfil do excluído e, assim, receberá os olhares benevolentes do Estado.
Ainda que, na prática, seus pares estejam colocados nos melhores postos da nação, dominando os meios de comunicação, as artes, a literatura, envolvidos em todas as atividades relevantes da sociedade. Ainda que, para defender esses mesmos direitos dos mais fracos, agridam, gritem e recebam milhões e milhões de reais, as mãos públicas sempre estarão estendidas para eles.
Por outro lado, se você for independente, auto-suficiente, alguém que produz, que emprega, que gera renda, que não onera o país, que não reclama por proteção aí, sim, aquele mesmo Estado lhe terá como uma potencial ameaça para a segurança da nação.


Fábio Blanco

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Resiliência e Superação"!!!

Você é uma pessoa resiliente?
Resiliência é um termo que tem origem na Física e denomina a capacidade de um corpo, após deformar-se pela influência de agentes externos, retornar à sua forma inicial. Do campo da Física, o termo passou a ser usado no estudo do comportamento humano e, dessa forma, hoje, resiliência designa a capacidade que as pessoas têm de, diante de grandes adversidades, buscarem dentro de si um impulso vital que as ajuda a superar difíceis problemas.
Pessoas resilientes enfrentam dificuldades, não desistem de lutar, mesmo que seus problemas sejam muito difíceis como, uma violência física ou psicológica, luto, doenças, algum tipo de trauma, negligência, bullyng, ou qualquer forma de abandono ou rejeição, entre muitos outros.
Será tanto mais fácil a superação das adversidades, se alguns fatores puderem contribuir, como a pessoa ter uma boa autoestima, ser otimista; ter facilidade em comunicar-se e falar de si mesma, isso porque expressar seus sentimentos para amigos, familiares ou até terapeutas, pode ser um grande apoio no processo de superação. Ao contrário, pessoas que não possuem tais características pessoais e ambientais encontrarão mais dificuldades, o que não quer dizer que seja impossível a solução de um problema.
Ter autocontrole é outro fator importante, pois faz com que se mantenha o foco nas metas a serem atingidas na resolução de uma dificuldade. É claro que, não é de imediato que alguém que sofre consegue perceber essa capacidade, no entanto, para que consiga mudar, o reconhecimento do problema e a aceitação dele serão os primeiros passos a serem tomados.
Daí em diante outros fatores, ainda, serão decisivos para a mudança, como a forma que essa pessoa encara a vida, os valores que traz de sua educação, de sua formação e até de uma religião. Ter fé, coragem, ser uma pessoa obstinada e batalhadora farão dela uma pessoa capaz de transformar situações que trazem dor e sofrimento em superação e aprendizado. Se é certo que todo mal sofrido e, posteriormente, superado só fortalece, esse é o resultado que as pessoas resilientes obtêm.
Não existem receitas prontas para a resolução das adversidades que cada um enfrenta no decorrer da vida, porém tudo o que se carrega dentro de si pode ajudar a transformar perdas em ganhos. Experiências difíceis anteriormente vividas também dão às pessoas mais força e melhor conhecimento do que pode dar certo, ou não.
Nesse processo de transformação pode emergir daquele que luta a criatividade com a qual ele poderá elaborar seus sentimentos e descobrir nova capacidade, talvez latente em si, como desenhar, escrever, dançar, compor ou tocar um instrumento, por exemplo.
Outras pessoas, ainda, podem descobrir nesse processo de transformação uma iniciativa de trabalho solidário que podem desenvolver como estímulo e em prol de outras pessoas necessitadas. Aliás, é por isso que, de um problema vivido tem-se a oportunidade de infinitas mudanças na vida, pois é quando se percebe as capacidades até então desconhecidas.
Quantas vezes, depois de um obstáculo ultrapassado, não se vê com certa surpresa e até felicidade que, aquilo que parecia impossível foi apenas mais uma experiência vivida com êxito?
Dessa forma, podemos ver que todos somos maiores e mais fortes que imaginamos.
E ter consciência disso diante de uma adversidade já é um bom começo para enfrentá-la.
Essa capacidade de superação - a resiliência -, lembra-nos a Fênix, ave que, segundo a mitologia grega, vivia quinhentos anos e, quando morria, entrava em autocombustão e renascia das próprias cinzas. Suas características, como a força e a longa e eterna vida a se transformar, fizerem dela o símbolo do eterno renascimento e renovação espiritual.
Entre muitos povos, seu significado é o da perpetuação, da ressurreição e da esperança que nunca teve um fim.
E se observarmos bem, veremos que na natureza - da qual fazemos parte -, tudo nasce, morre e renasce sempre. E sem fim.


Autores Desconhecidos

terça-feira, 28 de maio de 2013

"A Arte De Ser Avó"!!!


Quarenta anos, quarenta e cinco. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro...
A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade... Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança...
O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas...
São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido".
E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos. Se o Doutor Fausto fosse avô, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto...
No entanto! Nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha...
Não deixa por isso de ser a mãe do neto.
Não importa que ela hipocritamente, ensine a criança a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha" e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais. No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante nos triângulos conjugais. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe banho, veste-o, embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas...
Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café, mexer na louça, fazer trem com as cadeiras na sala, destruir revistas, derramar água no gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado!
Fazer má-criação aos gritos e em vez de apanhar ir para os braços do avô, e lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós com seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto!
E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade.
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menino - involuntariamente! - bateu com a bola nele.
Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beicinho pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague.


Raquel de Queiroz

domingo, 26 de maio de 2013

"Só o Verdadeiro Amor Sabe"!!!

Temos todos essa enorme capacidade de absorver do mundo o que nos é conveniente e ignorar o que não nos convém. Vemos o que queremos ver, ignoramos o que queremos ignorar, somos capazes de ouvir sem ouvir e ver sem enxergar.
Nos criamos voluntariamente ilusões, mergulhamos no silêncio ou nas nuvens quando isso nos é conveniente. E nos apaixonamos quando a alma, carente, tem sede.
Melhor, muito melhor viver dos sonhos que da dura realidade. Neles tudo é perfeito, sem máculas, sem as dores que nos fazem acordar.
É a rotina que mata as verdadeiras relações e, sem querer encontrar uma desculpa para os desvios sentimentais, faz com que as pessoas anseiem por algo além.
Salvo exceções, o romantismo desaparece com o tempo...
Os príncipes já não são assim tão cavalheiros e as princesas voltam pra casa bem antes do toque da meia-noite.
O que vemos todos os dias, vemos há tanto tempo que já nem percebemos mais.
Ai!... Quantos enganos e desenganos porque o coração não soube olhar para o interior de si mesmo! Quantas noites perdidas, carinhos recusados, desejos sufocados, porque as pessoas se esquecem de guardar a magia de um amor que chegou um dia!
Somos todos abertos aos sonhos, senão a vida seria um caminhar sobre pedras. Temos todos, confessado ou não, esse pedacinho de romantismo dentro de nós que ora aflora, ora se esconde.
Mas esse romantismo deve nos deixar abertos aos sonhos e construção de um relacionamento bonito, não deve nos perder.
Não são as coincidências que encontramos em toda nova relação que nos provam os sentimentos reais e sim as divergências que sabemos ver com maturidade e as quais tentamos resolver. 
Quem ama machuca e machuca-se vez ou outra e isso é inevitável, porque justamente são os que amamos mais que possuem maiores poderes sobre nosso coração. 
As roseiras sem espinhos são manipulações do homem e muitos relacionamentos são manipulações do nosso eu que busca de forma desesperada sonhos perdidos.
Quanto mais sonhamos, mais nos distanciamos da realidade e maior será a ferida quando dia ou outro precisaremos acordar. Só o verdadeiro amor sabe continuar inteiro depois de ter sofrido as provações destinadas a ele... E esse que não se quebrou é o que realmente vale a pena.
Ele não é uma idéia...  É um sentimento... É a voz da alma.. .É o que não sabemos explicar, mas que pulsa assim mesmo. Ele vê, abre-se e aceita. Ele dói e sangra, mas segue em frente, vence os anos e as diferenças.
Duas ou três vezes mais olhe para o que você tem nas mãos! Acorde de mansinho o romantismo escondido no seu coração e dê uma oportunidade a ele.
Se preciso, reaprenda a arte de seduzir e vá ao encontro daquele amor que conhece seus pormenores, aquele que sabe suportar seu mal humor e cara da manhã seguinte. Aquele que te conheceu doente e feliz e te deu a mão para atravessar uma estrada.
A vida não é feita de sonhos, mas muitos dos nossos sonhos podemos oferecer à vida... Isso só depende de nós.

Letícia Thompson

sábado, 25 de maio de 2013

"Circo das Aberrações"...


É preciso mudar...
É bem diferente a mudança pela mudança daquela consequente do dinamismo, da evolução natural pela qual atravessa a raça humana nesse palco giratório chamado Planeta Terra. Não ignoro, nesta colocação, a possível objeção à minha afirmação de evolução natural... Muitos diriam que está a ocorrer uma involução...
Não chego a tanto! Lembro que a raça humana nem sempre caminhou em linha à frente... Desastres, guerras, tiranias e vilanias se afiguraram, às épocas, como retrocesso, porém propiciaram a fundação de novas bases, novos conceitos, sobre o que é bom e o que é ruim, sobre o belo e o feio, sobre o bem e o mal, sobre o útil e o inútil. Estaremos vivendo um desses períodos?
Num assunto bem mais próximo do meu dia-a-dia, tenho feito afirmação semelhante em relação à música. Amante do jazz, que traz como característica a improvisação, tenho dito que o jazz não requer a improvisação pela improvisação...
Ela (a improvisação) há de resultar, necessariamente, em algo que não fique aquém da composição original, porque se assim for terá fracassado.
Valho-me ainda da música, para traçar um paralelo que me aproxima do cerne da questão que desejo abordar: o músico tem a alternativa de adentrar a um tema já composto, conhecido ou não, ou tentar algo que desde logo se mostre novo, inédito. Neste segundo caso, a meu ver, ele exclui os parâmetros que possibilitam ao ouvinte afirmar se ele está fazendo uma boa ou má improvisação...
Quero com isso dizer que improvisar, para mim, musicalmente falando, a lembrar minha ressalva, significa trilhar de forma diferente uma composição já existente... Quando o músico se propõe a criar algo inteiramente novo, não atrelado a algo já existente, ainda que “de improviso”, já que o termo encerra várias acepções, o processo de criação que se dá é mais livre, menos dificultoso... Não existem parâmetros, não há um campo harmônico pré-definido a ser observado...
Quem irá dizer que aquela nota não era adequada ou que aquele tom não era o certo ou que houve esse ou aquele desvio? O ouvinte pode, sim, expressar seu sentimento ao que foi criado, porém, sem parâmetros de comparação, ficará restrito ao seu gosto, tanto no diz respeito ao sentimento que a criação transmite, como à estética, à técnica e, talvez, até ao estilo... Parece-me mais fácil, “já que tudo é criação”, trilhar-se a segunda linha... De vez que a primeira é muito difícil e passível de críticas...
Essas noções, creio, são suficientes para embasar meu tema principal que diz respeito às mudanças que promovemos em nossas vidas ou pensamos estar promovendo... Aquelas mudanças que chamo de mudanças gratuitas, que não levam a nada, ao desconhecido e que, no mais das vezes, desprezam as experiências já vividas por outrem, as tradições, frequentemente com desprezo pelo óbvio... Mudanças que, não pensadas quanto às suas consequências, resultam no desmantelamento de algo útil... Quando digo útil penso não só em termos individuais como, também, útil à coletividade. Assim mergulham os mutantes em ralos dos mais variados calibres, dificuldades financeiras, não raro em dilemas existenciais que, por mais incrível que pareça, não são percebidos; ou são concebidos pelos mutantes como “consequências naturais da vida”...
Já à soleira do meu tema, reconheço, de antemão, a caoticidade, a precariedade dos conhecimentos que são diuturnamente sobrepostos por novas descobertas e até pelo repensar de antigas ideias sob ópticas diferentes, ditas “novas”.
Todavia, reconheço, igualmente, que “aqueles conhecimentos”, supostamente superados, nem sempre se tornam cem por cento inválidos... Aos olhos de muitos passam a ser, assim como a Idade Média durante certo tempo, considerados “das Trevas”. Com a diferença de que a Idade Média veio, posteriormente, ser reconhecida pelo seu valor histórico e desenvolvimento científico, um período em que se fundaram as bases para muito do que ao depois veio a ocorrer nas chamadas Idades Moderna e Contemporânea.
Adentro ao átrio para afirmar o quanto deploro as mudanças que, muito mais do que acompanhar tudo o que foi colocado, devidamente consideradas as implicações que efetivamente as exigem e demandam, decorrem das fraquezas de espíritos que se deixam levar pelos modismos, pelas superfluidades. Não se considere aí “espírito” com qualquer acepção religiosa, mas sim a firmeza de caráter, de opinião, de perseverança, honestidade, hombridade, etc...
Há, por certo, uma miríade de apelos comerciais, midiáticos, para que as pessoas promovam mudanças... Elas representam consumo... Circulação de dinheiro...
Ah! Esse imperador que se sobrepõe aos mais nobres interesses... Assume ares únicos ao se pensar que sem dinheiro, não se constrói escolas, hospitais, segurança, evolução tecnológica... Alimentos, indústrias... Muito dinheiro!... Porque senão não sobra os dez por cento para se fazer tudo isso... Ares que carregam moléculas de cobiça, ganância, individualismo, cujos prótons e nêutrons movem iates, produzem champanhes, joias, roupas da alta costura, relógios que mostram as horas por centenas de milhares de dólares, as mesmas horas que os “batatões” e “cebolinhas” dos nossos avós mostravam...
Mudanças que fizeram da ostentação um modelo de vida onde a educação, que não seja confundida com a informação escolar, pouco importa... Onde a honestidade e a moral foram relativizadas: é preferível o poder de ostentarem-se roupas, joias, relógios, sapatos e tênis, até homens e mulheres como se objetos fossem (!), ao nome limpo, à moral imaculada... As pessoas já não se tornam inadimplentes pelas vicissitudes da vida, mas pela necessidade de exibirem aquilo que na realidade não podem ter, de sentirem aquilo “que os outros sentem” e, mais do que tudo, de poderem alardear o que na realidade não têm ou não fizeram às suas próprias custas, habilidades, conhecimentos... Mudanças a fim de se praticar paparrotices, bazófias...
E acordamos pela manhã com vontade de “mudar tudo”: os móveis, o fogão, a geladeira, o televisor, a caneta, a cor de nossas roupas, o penteado, experimentarmos aquela nova manteiga, o novo xampu, o novo carro...
Não importa que nos sobrevenham azia, queda de cabelos, insolvência financeira... Mudar até de amores... Ora! O que são os sentimentos dos outros comparados aos nossos desejos de mudança?
Mudar de ares! Viajar... A indústria do turismo, inaugurada nos anos sessenta do século passado, que passou a oferecer à classe média americana, abastada pelo surto econômico dos chamados “anos de ouro” da economia norte-americana, e se perpetuou como “uma necessidade”... Meu sonho de consumo é ir à Grécia, comer mezes e kebap, quebrar os pratos aos goles de ouzo ou tsipouro... Depois adentrar à Letônia, visitar a fábrica da Stolichnaya, bebê-la ao som dos copos sendo quebrados e voltar, para cá, para refletir sobre a grande bobagem que terei feito... É bem mais fácil do que mudar a paisagem, plantar um canteiro de flores à frente da casa, uma árvore nos fundos, abstrair-se na beleza do pássaro corriqueiro que todo dia pousa em nosso quintal, nas corridinhas e gritinhos das crianças a brincar na pracinha ao lado... Mais agradável do que sentar-se ao computador e refletir o que poder fazer, dizer, escrever para despertar o tão necessário senso crítico... Precisamos de milhões de cerejeiras de um jardim japonês para nos maravilhar... De mares e oceanos que se percam de vista para relaxarmos... De drinques sofisticados com guarda-chuvinhas de papel ao topo, servidos por um solícito garçom, para nos embebedar... De mulheres fenomenais, “mulheraços” em deshabillés fantásticos e homens lindos, “sarados”, em cuecas de cetim: os corpos normais, desnudos, tornaram-se tão óbvios e fora de moda que já não despertam mais desejos...
Com bem menos frequência pensamos em mudar nós mesmos... Não o penteado, a roupa, mas o interior, o saber, a educação, a moral, a índole... Curioso... Quando me deparo com mudanças dessas estirpes, frequentemente vêm-me à mente as más improvisações, aquelas que resultam em algo muito pior do que o original: “Agora decidi ser eu mesma!”... Diz a pessoa em regozijo à sua iniciativa...
Penso comigo: “abrimos o circo das aberrações e perdemos o cadeado...”
Mas será que mudamos o circo?... Hoje não apresentamos animais... Era uma judiação! Agora os mantemos em zoológicos, a peso de ouro, em ‘habitats’ bem similares aos seus lugares de origem... Contentamo-nos com os espetáculos de judiaria promovidos diariamente por menores, que ateiam fogo nas pessoas, acharcam idosos e mulheres nos cruzamentos...
Mas isto, também, vamos mudar... Vamos estabelecer leis que nos permitam colocar esses menores em zoológicos... Não serão, certamente, zoológicos bem tratados como dos animais que antes estavam no circo que, por certo,  não se reproduzem com a mesma velocidade dos menores infratores... Estes, todavia, vão estar lá porque querem.... Ou queremos nós? Bastava terem tido assistência educacional... Não só eles, mas os pais também... Que já são frutos de uma sociedade que rasgou o lema do “tudo pelo social” e mandou os desafortunados todos pelo “elevador de serviço”... No social ficaram os interesses políticos, demagógicos, econômicos... Principalmente econômicos... Como exigir que os pais deem o que não tiveram?
Mas o que temos com isso? Constatamos AGORA que é preciso mudar... Se vamos fazer como o mau músico, improvisar por improvisar, não tem problema... Afinal o show acaba todo dia, quando se inicia a próxima sessão... Sempre há a possibilidade de se melhorar na próxima sessão.... Que começará hoje, amanhã, depois de amanhã, e terminará em vinte anos... Será que os menores de hoje nos deixarão chegar lá? Bem... Se a lei for aprovada logo e tivermos zoológicos suficientes....
Lembrei-me agora... Temos outro espécimen carente de zoológicos, cujos elementos montam atualmente, sem abrigos adequados, cerca de duzentos e cinquenta mil... São os bandidos desencarcerados ... Mas estamos mudando... Em 1992 tínhamos cerca de setenta e oito presos para cada cem mil habitantes, agora temos duzentos e oitenta e oito; um crescimento relativizado de duzentos e oitenta e nove por cento, enquanto a população do país cresceu vinte e oito por cento no mesmo período... Será que estamos prendendo mais (Não se esqueçam que há mais duzentos e cinquenta mil que deveriam estar atrás das grades) ?... Ou estamos criando mais bandidos?
Será que vamos dar conta de construir e manter tantos zoológicos assim?...
Para os ambos os espécimenes?
E vocês hão de me perguntar: “e o que tem isso a ver com as mudanças do começo do texto? Eu vos digo: “é que os mesmos anseios de mudanças gratuitas, o de ter por ter, o de fazer por fazer, inútil, individualmente e à coletividade, deixando-se de lado o essencial que a mudança “prá melhor” das pessoas, educação, moral e psicologia assistida traria, estão se alastrando; são eles que vêm norteando as ações dos infratores... Eles, tal qual aqueles que se endividaram; perderam os empregos; que não podem, mas fazem, sobretudo com o dinheiro alheio e a corrupção, se julgam no direito de serem iguais... Frutos de nossas mudanças...
Coincidentemente, com o Plano Real... Mudamos de inflação para juros, de água para cerveja lavada, de pão para os petiscos engordurados do boteco da esquina, mas o circo... Ah!... Este continua o mesmo...
Mas é preciso mudar!

L.E.Dinardi

sexta-feira, 24 de maio de 2013

"Aceita-me Como Sou"!!!




Aceita-me como sou!
Não tente me mudar!Eu nasci assim...
Cresci assim e provavelmente vou morrer assim...
Se você me ama... Deve me aceitar como sou!
Alguém já ouviu isso? Já disse isso?
É uma súplica...
É na verdade, uma maneira de dizer, sem usar palavras, que não aceitamos mudanças, nem queremos que nos mudem.
Nós somos o que somos e pronto!
Mas se todo mundo se mantiver nessa posição, cada um vai ficar isolado...
Na realidade, não podemos mudar a nós e nossa personalidade por causa de ninguém, nem deixar que façam o que querem de nós, mas é tremendamente egoísta dizer "aceita-me como sou" que significa de fato "não estou disposto(a) a fazer nenhum esforço para me adaptar ao "seu" jeito de ser.
Relacionamentos são compromissos!
Se não há flexibilidade de uma parte e de outra e, disposição para se guardar e ao mesmo tempo se adaptar à personalidade do outro, não há relacionamento que funcione.
E se essa predisposição a se adaptar só ocorre de um lado, também não funciona...
Se devemos aceitar a outra pessoa exatamente como ela é, e devemos nos ajustar a ela para que continuemos juntos, então, não há equilíbrio na relação...
É injusto
Em todo relacionamento é preciso que haja um consenso. Cada um se esforça um pouco, põe o orgulho e as ideias fixas de lado e ambos encontram um meio de continuar no mesmo caminho.
Somos humanos e podemos ser flexíveis se nosso coração nos pede. Isso não nos diminui... Pelo contrário, nos engrandece.
Que ninguém nos molde... Que não sejamos também marionetes!
Mas... Que tenhamos amor suficiente no coração para reconhecermos sozinhos os pontos aos quais podemos ceder para a felicidade da pessoa que convive conosco.
Se ambos tiverem a riqueza de espírito de pensar assim, a caminhada juntos será longa... Eternamente longa!

L.Thompson


quinta-feira, 23 de maio de 2013

"A Pior Doença... Disposição Mental Reprovável"!


A capacidade de “deter a verdade pela injustiça” sempre se faz acompanhar de desprezo pela consciência e pela intuição acerca do que é genuinamente divino. Quando alguém abraça tal determinação interior, ela acaba por criar “uma disposição mental reprovável”, se cronifica no ser uma percepção essencialmente pervertida na sua apreciação de todas as coisas.
A “disposição mental reprovável” é também resultado direto de alguém cultuar o homem, seja ele próprio o objeto do culto (narcisismo) ou qualquer outro homem (idolatria); seja pela via do egocentrismo como culto existencial, seja pela entrega a paixões adoecedoras da alma.
Quando se está disposto a trocar a verdade pela mentira, e a intuição do divino pela construção própria de qualquer forma de “Deus conveniente”, aparece imediatamente. Então, vem o culto de si mesmo. E com ele nasce a disposição mental que se entrega com avidez a toda sorte de paixões que apareçam na alma; além disso, a alma adoece tanto que também as cria de modo fantasioso.
Isto acontece porque tais violações da consciência implantam no ser a vontade de apenas ser-para-si, e isto acima de tudo. Daí a própria alma acabar por construir seus próprios deuses concretos ou apenas imaginativos, os quais existem para reforçar a disposição interior de agir conforme apenas o desejo pessoal já adoecido. Desse modo não somente deuses de pau, pedra, madeira, gesso ou ouro são construídos, mas também deuses abstratos, e que podem até mesmo ser chamados apenas de “Deus”, mas que nada mais são que “construções abstratas” que existem a fim de legitimar as paixões da alma adoecida.
Nesse caso, o “Deus” de cada um fica exatamente do tamanho da perversa paixão que alguém deseja expressar. Isto porque a “disposição mental reprovável” precisa de “deuses” que lhe dêem reforço e validação. Daí as grandes perversões da mente serem fruto direto das adoecidas paixões que se colocaram acima de qualquer coisa, fazendo com que a pessoa (ou sociedade, no caso de virar cultura) se entregue a si mesma como se isso fosse uma lei divina.
Digo isto porque todos nós trazemos a norma da lei gravada em nossos corações. Ora, a fim de esquecer de tal norma inata é que criamos deuses que sejam “camaradas” em relação aos nossos próprios desejos e paixões; ou que “demandem” de nós como sacrifício os nossos maiores desejos e paixões, incluindo, nesse caso, todas as formas de sado-masoquismo, especialmente os de natureza psicológica sutil.
Seja como for, a “disposição mental reprovável” é sempre culto a si mesmo, privilegiando toda sorte de paixões, as quais, terminam por escravizar a pessoa a seus próprios processos mentais, todos eles emulados pelas pulsões-paixões que eclodem do interior e se tornam “senhoras do destino” dos homens e mulheres que a elas se entregam.
Quando tal estado se estabelece o sentido de realidade acaba, posto que aqueles que a tais forças se entregam, perdem a capacidade de ver o todo da realidade possível, e, assim, mergulham cegos no mundo governado pelos instintos e paixões, a ponto de apenas conseguirem enxergar a si mesmos, dessa forma eliminando da percepção qualquer outro valor que não sirva aos propósitos da entrega para praticar “coisas inconvenientes”.
Daí o resultado dessa instalação mental ser a deterioração do ser, colocando o individuo no caminho da inafetividade, da busca implacável da realização de seus próprios desejos, e cegando-o para a realidade maior, e que inclui a todos os seres humanos.
Desse modo é que alguém possuído pela “disposição mental reprovável” não consegue ver mais nada além de sua própria pulsão e paixão, tornando-se o centro de qualquer mundo, e jogando para escanteio qualquer interesse humano ou mesmo divino.
O problema é que esse “estado mental”, uma vez instalado, não acaba apenas porque alguém se “converteu” ao “Deus das Escrituras”, pois, mesmo dentro do ambiente dos “convertidos”, a disposição mental reprovável encontra seu caminho.
Não faz objetos de cultos, mas cultua o desejo e a paixão como deuses existenciais, e, nesse caso, tais desejos e paixões podem até deixar de ser de natureza sexual ou explicitamente hedonista, podendo simplesmente aparecer como vaidade pela posição de si mesmo como objeto de “culto” dos outros, no panteão das falsas importâncias.
Daí, não raramente, se poder ver pessoas “cultuando a Deus”, mas que trazem em si a doença do estado mental reprovável. Isto porque se tornam como aqueles que “aprendem, aprendem, sem jamais chegar ao pleno conhecimento da verdade”.
No meio cristão o tal “estado mental” é visto quase sempre apenas como uma maligna possibilidade das mentes pagãs. Nesse caso os cristãos estão esquecidos que o “estado mental reprovável” não se faz necessariamente conhecer pelos objetos que explicitamente confessa cultuar, mas, sobretudo, pelos resultados existenciais que se fazem produzir na vida.
O “estado mental reprovável” sempre gera grandes surubas humanas... Tais surubas também podem ter cara cristã, e podem se disfarçar sob as mascaras da moral e da piedade “para fora”; embora, no interior, causem toda sorte de desconstrução. Digo isto porque onde quer que alguém se torne o centro absoluto para si mesmo, aí haverá toda sorte de resultados ruins, os quais podem também se manifestar com as caras religiosas que vemos à nossa volta.
Sim, a “disposição mental reprovável” é o que faz a pessoa se entregar às suas próprias paixões, sejam elas quais forem, mas que acontecem como absolutização do desejo pessoal contra toda e qualquer manifestação da verdade.
Ora, tal obsessão pode levar o indivíduo à suruba romana ou a qualquer outra forma de promiscuidade para a alma, incluindo a suruba religiosa. Por suruba religiosa eu quero falar da vontade obstinada de aparecer ante os sentidos de todos, mesmo que isso acabe com a própria essência do Evangelho na alma do indivíduo.
Nesse ponto fica impossível deixar de lembrar que os profetas sempre chamavam a perversão espiritual de “prostituição”. Isto porque a prostituição espiritual é fruto da “disposição mental reprovável”, e põe o cultuador no lugar do Criador, o qual é bendito eternamente.
A “disposição mental reprovável” sempre cria objetos de culto, seja na forma de um deus pagão, seja na forma de um deus cristão. Entre os cristãos tais “deuses” podem ser identificados desde o culto à piedade pessoal, ao culto à igreja, ao culto à moral, ao culto ao poder, ao culto ao dinheiro,à prosperidade, e ao culto a um homem, normalmente alguém que passa a ocupar o lugar de Deus na alma humana, em alguma assembléia de cristãos idolatras.
Ora, essa tal disposição mental é doença em-si-mesma. E ela tem o poder de cegar a pessoa para a realidade conforme o que seja amor. Além disso, os que se deixam levar por ela perdem a capacidade de amar, obedecendo apenas ao poder das pulsões pelas quais se deixam governar.
No entanto, eu diria que tal disposição mental acaba por se tornar “cultura”. Ora, quando ela se torna cultura, algo terrível acontece, posto que se torna um modo coletivo de pensar e sentir, o qual falsifica toda realidade possível.
Um homem entregue a uma “disposição mental reprovável” se torna o centro de qualquer mundo, e nada mais enxerga além de seus próprios interesses, tornando-se assim a medida de todas as coisas, o que Jesus disse que jamais deveria acontecer.
O mandamento para não julgar—afinal, as medidas do julgamento voltam-se como juízo sobre o julgador, é também um mandamento para que ninguém se torne a medida de todas as coisas, pois, quem julga, chama para si mesmo tal categoria de centro regulador da vida.
Libertar-se do “estado mental reprovável” é um desafio para toda alma.
Sem que se fique liberto disso—num exercício diário de conferencia entre a consciência o significado do amor... Ninguém consegue amar e dar-se em amor.
O pior de tudo é que esse estado mental é vicioso, e tem o poder de perverter todos os sentidos. Daí que todo aquele que a ele se entrega não mais poder percebe-lo. E, assim, sem que o saiba, muitas vezes passa a chamar a mentira de verdade, a injustiça de direito, e a paixão obcecadamente adoecida de amor irreprimível.
Não é de admirar que com tal estado se vá toda “afeição natural”. Cada um de nós deve se perguntar diariamente se suas idéias e percepções são sadias, ou se vieram a tornar-se filhas e fruto de um estado reprovável na mente.
Tal checagem da mente deve ser feita sempre, posto que a possibilidade da perversão mental é real, porém muito sutil. E a única forma de se controlar os possíveis surtos que remetem a tal estado mental, é preservando a mente conforme o Evangelho; o que, na pratica, significa buscar fazer aos outros o que se quer que seja feito a nós, especialmente quando nós podemos fazer o exercício de nos vermos sob profunda necessidade, e carentes de toda ajuda do próximo.
Quanto ao mais, tem-se que manter a mente sob o controle da lei do amor, pois, do contrário, a legislação do egoísmo acaba por estabelecer o “estado mental reprovável”, o qual é a própria corrupção do ser, e a mais terrível doença da mente, posto que não necessariamente enlouquece de modo diagnosticável, mas é loucura existencial e sensorial em si mesma... Pense nisto!


Caio Fábio

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"Amor de Corpo Inteiro"...


Amor não é só coisa de coração... Amor é coisa de corpo inteiro.
De perna bamba... De suor frio... De mãos que tremem... De cabeça nas nuvens... De perder o juízo... De câimbra no estômago.
Todo amor no início é muito bom. Depois também... Mas de maneira diferente.
A descoberta do amor é o renascimento. É coisa de adolescente, mesmo que se tenha 70 anos... E é tão bom quanto.
Você perdeu o sentido da vida? Apaixone-se! Todo o sentido vai voltar de novo!
Coraçõezinhos não vão circular em volta da sua cabeça, mas seu coração vai pulsar de tal forma que tudo vai ficar mais intenso: as cores, as flores, o sol, tudo o que lembra vida. Você vai cantar até música que não gosta...
É a felicidade fazendo bonitas todas as coisas.
Claro que amor não se encomenda... Nem se improvisa... Nem se finge. Mas às vezes dando um pouco de oportunidade ele pode chegar.  E chega... Para alguns de surpresa, cai do céu, mas para outros fruto de longa espera e perseverança.
O amor é a corôa da existência... O cimo. Não o carregamos, é ele que nos carrega, nos transporta. Vivê-lo é viver... E ele nos faz chorar também...
Traz ansiedade e frequentemente decepções... Mas ainda assim vale a pena!
E como vale!!!
E quando toda magia se acalma, resta do amor a paz dele...
Resta navegar, tranquilamente, nessas águas que nos levam a esse destino desconhecido, mas seguramente belo, mesmo se um dia tudo tornar-se passado, pois a nostalgia do vivido compensa tudo.
Quando alguém se aproximar e você sentir que as emoções ultrapassam os limites do seu coração, você vai estar amando com todo o seu corpo...
Vai ter alcançado a plenitude do amor!


Letícia Thompson

terça-feira, 21 de maio de 2013

"Do Deserto Ao Oásis"!


Antes que o peso dos anos e a dureza da enfermidade que o levou subtraísse boa parte de sua leveza de viver, meu pai costumava me contar histórias.
Boas histórias... Não apenas pela alegria de encantar. Mas, também.
Suas histórias possuíam o brilho de um brinquedo novo. Tinham aquele frescor do sorriso das crianças pequenas; de todas aquelas que abandonavam a distração das televisões da minha infância – tão preciosas naquela época – e o rodeavam apenas para ouvi-lo falar.
Assim, ficávamos boquiabertos, eu e meus primos – todos beirando os sete anos de vida – viajando em suas palavras por um mundo de aventuras, onde heróis mitológicos com seus tapetes mágicos bordejavam nuvens douradas em busca de ocultos tesouros, lâmpadas maravilhosas e seus traiçoeiros djins.
Sim, meu pai possuía o dom de contar histórias. Seu forte sotaque de emigrante árabe conferia credibilidade à narrativa, além de proporcionar o adequado ingrediente lúdico para prender a atenção.
E, assim, à medida que íamos crescendo em idade e em entendimento, suas histórias também cresciam tanto na complexidade de sua trama, quanto na sutiliza de sua moral.
Eu recordo com carinho daquelas noites de inverno quando encastelados ao redor de nosso fogão à lenha, bebíamos chá, conversávamos e ríamos até o sono nos surpreender ou então, até que minha mãe, com sua divertida severidade, nos arrastasse ao recolhimento – ambos pela orelha.
As histórias tinham nome e tinham época. Uma das minhas prediletas é a “Do Deserto ao Oásis”, na qual ele mesmo e, também meu avô, foram os protagonistas.
A história é bem simples e já a contei em outras oportunidades.
Versa sobre uma viagem de caravana que os dois fizeram pelo Saara, e destaca a alegria do povo do deserto. Uma alegria perene e contagiante, mesmo em ambiente tão inóspito.
Da história se tira uma moral fácil de assimilar...
" A verdadeira felicidade é respaldada na máxima de que tudo na vida se restringe a estes dois elementos: deserto e oásis".
Depois do deserto vem o oásis. Depois do oásis vem o deserto... Simples assim.
E nada nesse ciclo é capaz de eclipsar a autêntica alegria de viver.
Evidentemente o segredo para vencer o deserto está na certeza do oásis...
Esse é o conselho:
Aproveite o oásis, beba de suas fontes e se fortaleça. Recobre suas energias e se prepare para a nova jornada que logo se iniciará.
E, uma vez no deserto vença cada passo de sua marcha com bravura que logo encontrará novamente o oásis, para fechar o antigo ciclo e iniciar um novo.
E assim, eu e meu pai – em cada uma de minhas idades – nos encontrávamos nesse diálogo. Ele adorava repetir as histórias. E eu adorava ouvir.
E em cada uma de minhas idades fazíamos uma longa lista de coisas que entravam em cada uma dessas categorias... Deserto ou oásis?
Por exemplo:
Ir ao dentista?  (Essa é fácil)... Deserto!
Ficar com os dentes bonitos e saudáveis?... Oásis!
Ir para a escola e estudar com afinco? – É claro que é o puro deserto!
Tirar boas notas, passar por média, entrar em férias? – Oásis, oásis e oásis!
No entanto, à medida que o tempo ia passando e a simplicidade da vida ia me escapando pelos dedos, minhas listas iam paulatinamente tornando-se mais complexas.
Já não me bastava a valentia para vencer o deserto e nem a leveza para usufruir do oásis. Eu precisava de muita sabedoria para conseguir distingui-los. E é nessa contingência, que essa história evolui, diariamente...
"Na extrema necessidade de sempre carregarmos um oásis para onde formos, ou, que em cada passada pelo deserto da luta diária, aprendamos às duras penas a arte de fabricarmos oásis".
Esse foi o legado de meu pai. Mesmo que sua morte hoje me golpeie com sua derradeira verdade e me faça caminhar pelo pior deserto de minha jornada, consigo, ainda, carregar em meu coração o frescor do oásis que ele me ensinou a construir.
Um oásis como o das histórias da minha infância que ele me ensinou a ouvir e que eu aprendi a contar. Histórias que já contei à minha filha e que ela contará para meu neto, pois esse é o nosso jeito humano de alcançarmos a eternidade.
Mantendo-nos vivos no coração de nossos filhos, e nos filhos de nossos filhos, pelo exemplo e ensinamentos que lhes damos e pela atenção e carinho que lhes dedicamos.
Façam como meu pai, contem boas histórias para seus filhos.
E que cada uma dessas histórias tenha sua trama tecida com os fios da eternidade.


Mustafá Ali Kanso

domingo, 19 de maio de 2013

"A Cultura do Coitadismo"!


Estamos vivendo uma época muito estranha. Não sei se vocês estão percebendo, mas hoje em dia, todo mundo se apressa para se encaixar no perfil de vítima, injustiçado, incompreendido. Parece uma doença psicológica que se alastra e acomete cada vez mais pessoas. Mesmo aqueles que, em outras épocas, jamais seriam tidos por sujeitos passivos de qualquer tipo de preconceito, atualmente, na primeira oportunidade que têm, levantam suas vozes para reclamar.
O que antes era próprio de grupos específicos, que, justa ou injustamente, sofriam ou tinham a percepção de serem vítimas de preconceito, difindiu-se por todos os cantos da sociedade moderna.
As pessoas tornaram-se policiais em defesa de si mesmas, prontas para gritar: "Preconceito, preconceito!" para qualquer manifestação alheia que considerem aviltantes em relação a elas mesmas. O que era a voz de alguns excluídos tornou-se uma cultura geral, que vem se impregnando cada vez mais profundamente na alma do povo.
Essa cultura do coitadismo se encontra em todos os estratos sociais, em todos os níveis culturais e em todas as faixas etárias.
É um abundante padecimento por si mesmo, uma autoproteção neurótica que acaba tornando todos os outros potenciais agressores, ainda que estes se manifestem com expressões pueris e inócuas.
Antes eram apenas os negros, as mulheres e os homossexuais. Hoje, são os gordos, os esquerdistas, os professores, os pobres, os ricos, os burros, os cultos, os ateus, os cristãos, os macumbeiros, as crianças, os velhos, os feios, as loiras, as empregadas domésticas, os consumidores e qualquer grupo que se encaixe em algum perfil específico. Até jogador de futebol se diz discriminado, quando algum comentarista o critica.
A cultura da reclamação está criando uma proibição à crítica. Falar mal de alguém, direito sagrado de todos os tempos, está se tornando algo impossível.
O que antes era uma mera questão de bons modos se transforma, a passos largos, em matéria de Direito Penal e situa qualquer pessoa como um potencial criminoso.
O resultado de tudo isso, além do cerceamento absurdo da liberdade, é um emburrecimento colossal de uma população já pouco afeita ao conhecimento.
A crítica, a exposição livre do pensamento, inclusive dos preconceitos, das ideias, ainda que absurdas, dos sentimentos e das vontades sempre foram o alicerce da inteligência. É neste campo livre e aberto, onde as cercas situam-se em extremidades longínquas, que o pensamento e a ciência se desenvolvem.
A liberdade é o seu alimento. A inteligência, se não puder dizer o que pensa, se não puder discordar e se manifestar, tende a atrofiar.
Por isso, a sociedade que permite e advoga esse direito ao coitadismo generalizado está condenando a si mesma. Nela, as pessoas ficarão cada vez mais fracas e cada vez mais burras. Daqui a pouco, seremos meramente uma manada de porcos, possuídos por espíritos baixos, se lançando, estupidamente, no abismo sem fundo da ignorância e da irrelevância.

Fábio Blanco

sábado, 18 de maio de 2013

"Coração...Terra Que Ninguém Vê"...



Coração é terra que ninguém vê...
Quis ser um dia, jardineira de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos e nos espinhos me feri.
Quis ser um dia, jardineira de um coração...
Cavei, plantei... Na terra ingrata nada criei.
Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu na terra dura da ingratidão.
Coração é terra que ninguém vê - diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho... Teu coração.
Bati na porta de um coração... Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada, foi que encontrei...

Cora Coralina

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Transformadores e Expectadores"???


Você já notou como algumas pessoas parecem felizes, não importa o que esteja acontecendo em suas vidas? Existe uma certa leveza na personalidade delas.
Seus rostos, suas palavras e mesmo a sua maneira de andar parecem exalar um campo de energia brilhante. Outras pessoas parecem predispostas a pensamentos tristes e negativos, em todas as siuações.
Se, num belo dia de verão você disser: "o dia está lindo, adoro esse tipo de clima"...
Elas imediatamente responderão que detestam calor. "Terrível, muito suor, não dá para trabalhar, difícil de se concentrar. Só serve para plantas tropicais".
No dia seguinte chove. A srta. Positiva almoça com um amigo negativo.
"Adoro chuva", diz ela. "Alivia o calor, você não acha?".
O sr. Negativo resmunga: "Você está brincando? É ainda pior do que ontem...
Só serve para os patos".
Irmãos podem crescer em uma mesma família, em um mesmo ambiente e, ainda assim, se tornarem pessoas completamente diferentes. Em algum ponto do caminho um deles escolhe ver a vida como se tudo fosse possível. O outro decide que a vida é um fardo, acha as outras pessoas detestáveis e não gosta do mundo.
Embora a "historinha" que vou contar seja uma ficção, ela ilustra bem o que estou querendo dizer, isto é, que a maneira de olhar as coisas governa nossa reação a elas.
É uma história sobre dois menininhos, gêmeos idênticos, um deles otimista inveterado e o outro pessimista incorrigível.
Bem, os pais estavam preocupados com isso, e levaram os meninos a um psicólogo infantil, que disse: "Acho que sei o que fazer. No próximo aniversário deles, dêem ao pessimistazinho os melhores brinquedos que puderem comprar e ao otimista, um saco de esterco. Isso os colocará no mesmo plano".
E foi o que os pais fizeram. Colocaram os meninos em quartos separados com seus "presentes". Quando foram espiar no quarto do pessimista, viram o menino olhando com desânimo para seus lindos brinquedos e se queixando: "Não gosto dessa cor. Isso aqui provavelmente vai quebrar. Conheço um menino que tem uma calculadora melhor que essa". Os pais olharam um para o outro e soltaram um gemido.
Em seguida, atravessaram o corredor e deram uma olhada no quarto do otimista. Ele estava na maior alegria, atirando o esterco para o alto e dizendo: "vocês não me enganam! Onde existe tanto esterco assim, só pode haver um pônei por perto!".
Esses dois tipos de personalidades são geralmente, chamados de otimistas e pessimistas.
Enquanto os primeiros tendem a ver o bem em tudo, os últimos vêem o mal.
Apesar de termos capacidade de ver, tanto o bem quanto o mal, a atenção dada a um deles costuma definir nossa experiência de vida.
O dicionário define pessimismo como uma doutrina ou crença de que o mundo é o pior possível. Que, na vida há mais mal do que bem, além de dar ênfase ao lado escuro das coisas.
Seu oposto, o otimismo, é definido como uma doutrina ou crença de que o mundo é o melhor possível. Que o bem sempre triunfa sobre o mal e que a tendência é ver as coisas sob uma ótica esperançosa e alegre, esperando os melhores resultados possíveis. Ambas as realidades são subjetivas, pois não dizem respeito aos fatos, e sim às nossas atitudes. São formas de acreditar em nós mesmos e no mundo, que, ou nos limitam ou nos libertam.
É importante considerar que temos um poder de escolha sobre nossas atitudes, e que essa escolha pode ou não colorir nossa percepção da vida.
Poucos argumentariam que a escolha do otimismo tornaria nossa vida mais feliz.
E o pessimista diria: "Se você não acreditar nem esperar o melhor, nunca terá decepções. Esperando o pior, não há nada a perder".
Um dos problemas do pessimismo, entretanto, é a falta de direcionamento da vida rumo as metas alcançáveis, ou seja, o rumo subconsciente é em direção ao fracasso.
Não se pode subestimar o poder de nossa mente. Ao longo da história, a vontade humana vem superando obstáculos aparentemente intransponíveis. O pensamento positivo já provou, repetidas vezes, que quase tudo é possível, desde façanhas físicas, como escalar o Monte Everest, até casos documentados de salvamentos heróicos por pessoas normalmente muito frágeis. Todos os grandes empreendimentos são liderados por pessoas otimistas. Sem otimismo, Magellan jamais poderia ter navegado ao redor do globo. Sem otimismo, Charles Lindbergh jamais teria atravessado o Atlântico num teco-teco, abrindo caminho para as viagens aéreas intercontinentais.
E sem a crença de que as coisas podem melhorar, as reformas políticas ou sociais, em muitos países, jamais teriam acontecido.
O otimista também é um sonhador. Sem ele, jamais teríamos descoberto a eletricidade. Os inventores, por definição, são pessoas que acreditam na realidade de algo que não podem ver. Procuram também concretizar seus sonhos à luz dos fatos constatados. Um pessimista não poderia ser um inventor, pois perdeu a capacidade de sonhar.
Todos os dias fazemos opções sobre como reagiremos aos acontecimentos.
Escolher o bem cria uma atitude mental positiva, introduzindo equilíbrio em nossas vidas.
A concentração no que funciona bem em nossas vidas traz uma abertura, através da qual qualquer coisa, mesmo os milagres, pode acontecer.

"Os pessimistas são meros espectadores:..
 Os otimistas são os que transformam este mundo".
François Guizo


Daniel C. Luz
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Gente de Barro"!

Todo o Universo será atingido quando a folha de uma árvore cair.
A lua se move com o mar, o sistema solar com a galáxia e o homem com a terra e toda a natureza...
o mais lindo dos planetas que grita por socorro.
Não há tempo a perder, é hora de se fortalecer, pois, para dizer não ao aquecimento global, às guerras, à fome,à s usinas nucleares, à derrubada das florestas, etc,
É necessário mergulhar no nosso interior...
É enfrentar certas lembranças com mais amor, perdão e compreensão e curar feridas, libertar-se definitivamente das cargas negativas do passado.
Com tudo resolvido, desaparecem os mecanismos de defesa dedicados a evitar antigos sofrimentos, como também, todos os sentimentos negativos, como inveja, raiva, insegurança, etc.
A vida fica mais leve e fluente, e com uma nova predisposição, se atrai naturalmente para si outro tipo de experiências, aumenta o poder de escolha, a visão a cerca de si próprio e das infinitas possibilidades.
A terra grita por nós. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás teu destino.
Todo o universo será atingido por isso.

Mario Gabriel Guarino
  

quarta-feira, 15 de maio de 2013

" Incertezas... O Futuro da Raça Humana "!

As maiores incertezas globais sobre o futuro da raça humana, estão necessariamente na sua forma de organização individual e coletiva.
Somos violentos e acolhedores, corruptos e honestos, explorados em sua grande maioria e solidários quando queremos. As contradições são imensas...
Os paradoxos nos sufocam!
Nossa racionalidade é estreita sobre vários assuntos, simplesmente moldaram nossa visão. Estamos condicionados sob uma lógica perversamente individualista. A neblina da discórdia está na nossa frente, devemos olhar além. Não podemos continuar com essa visão estreita e equivocada das nossas potencialidades.
Somos uma raça que evoluiu como nunca nos últimos 10 mil anos. Não superamos nem um terço dos problemas que críamos para nós mesmos. Mas nem tudo está perdido. Nossa capacidade de superação e resistência deverão vencer o presente caótico em que vivemos. O otimismo tem que ser nossa alavanca para um novo tempo. Se não podemos resolver tudo, devemos partir das coisas simples da vida primeiro.
Esse deverá ser nossa exercício mais difícil de todos.
Nos tornamo-nos mais amistosos com o próximo, amar o próximo, respeitar o próximo, entender o próximo, ensinar o próximo, estender a mão ao próximo, acolher o próximo, mostrar outro caminho ao próximo, simplesmente revolucionar nossa mente. Nossa condição material pode ser adversa e excludente, mas temos que encontrar forças para continuar nossa luta. Luta essa que deve ser travada em todos os setores da sociedade...
Seja politicamente, economicamente, socialmente, culturalmente e cientificamente devemos traçar outro caminho para a humanidade.
Se não sairmos desse labirinto de desgraças, iremos desaparecer. Podemos nos auto-destruir. Essa condição criamos. Nossa extinção. Para os ufólogos seria uma desgraça completa, já que a maioria acredita que isso poderia acontecer por forças alienígenas. Talvez antecipamos nosso destino.
Mas será que temos poder para isso? Cientificamente talvez, mas quem apostaria nesta obscura, insensata e auto-destrutiva ideia. As verdades e motivos talvez não conhecemos de fato. Mas as evidências são claras e objetivas. Nosso momento chegará. Se for para uma nova evolução tudo bem, mas se for o ao contrário, meus medos e crenças infelizmente serão verdade.
Acreditei e acredito que podemos chegar a essa irracionalidade e racionalidade humana imbecíl. Não temos tudo programado e defendido. Sempre violaremos os princípios básicos de sobrevivência.
Enquanto não econtrarmos outra forma de vivermos, seremos o que vemos no noticiário da televisão todos os dias. Guerras, assaltos, prisões, violência generalizada, corrupção, intolerância, ganância, alienção, coisificação, racismo, fundamentalismos, capitalismos, mercantilismos, liberalismos, concentração de renda, medo, mortes, destruição, tristeza, ódio, verdade, mentira, esnobismos, insensibilidade, militarismos, bombas nucleares, bombas químicas, holocaustos, nazismo, fascismo, stalinismo, leninismo, comunismo, socialismo, anarquismo, Fidel Castro, Che Guevara, Stalin, Hitler, Mussolini, Bush, Obama, Bin Laden, a farça do 11 de setembro de 2001, a Nova Ordem Mundial, a Maçonaria, as lideranças mundiais, os ricos, os bilionários, os trilhonários, os pobres, os miseráveis, os analfabetos, os sábios, os filósofos, os sociólogos, os matemáticos, os químicos, os físicos, os biológos, os historiadores, os geógrafos, os linguístas, os amadores, os primitivos, os malditos, os horríveis, os feios, os bonitos, todos juntos, celebrando nossa humanidade. Confuso. Ufa!

Prof. José E. Brondi

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Descanse em Paz"???

Em uma de suas cartas, o romancista Gustave Flaubert escreveu...
"Que grande necrópole é o coração humano! Para que irmos aos cemitérios?
Basta abrirmos as nossas recordações; quantos túmulos!".
"Não temos tempo!" Houve uma época na história humana (e não faz muito tempo) na qual, quando um dos nossos morria, parávamos tudo o que estivéssemos fazendo; o trabalho, ou o que mais fosse, era interrompido, e, se preciso, faziam-se longas viagens, até noturnas (sem os rápidos aviões, carros e boas estradas), mas não deixávamos de, velando os partintes, cuidar dos ficantes.
A humanidade houvera compreendido que, se com a morte não nos conformamos, ao menos nos confortamos, nos fortalecemos em conjunto, nos apoiamos. As pessoas ficavam às vezes por um dia e uma noite, em volta da família, aglomerados, grudados, exalando solidariedade e emoção, orando e purgando lentamente o impacto, mostrando aos mais próximos que não estavam sozinhos na perda.
É sinal de humanidade não se conformar com a morte e, portanto, buscar vencer simbolicamente o que parece ser invencível. A própria palavra cemitério (derivada do grego), usada em vários idiomas, significa lugar para dormir, dormitório, lugar para descansar.
Deixamos de velar (no sentido de tomar conta, cuidar!) para velar (como cobrir, ocultar, esquecer, apagar).
Não temos mais tempo! Se recebemos a notícia de que algum conhecido faleceu, olhamos o relógio e pensamos: "vou ver se dou uma passadinha lá"... Alguém morre às 10 horas da manhã e, se der, será enterrado até as cinco da tarde, de maneira a, em nome do "não sofrermos muito", sermos mais práticos e rápidos. Nem as crianças (já um pouco crescidas) são levadas a velórios; muitos argumentam que é para poupá-las da dor. Isso não pode valer, parte delas cresce sem a noção mais próxima de perda e, despreparadas e insensibilizadas para enfrentar algumas situações nas quais a nossa humanidade desponta, simultaneamente, fraca e forte, perdem força vital.
Por isso, não será estranho se, em breve, tivermos que nos acostumar também com o velório virtual ou, principalmente, como já está começando em países mais "avançados", o velório "drive-thru": entra-se com o carro, coloca-se a mão sobre o corpo do falecido (enquanto o sensor lê tuas digitais para enviar um agradecimento formal), aperta-se um botão com a oração que se deseja fazer e...pronto, já vai tarde. Parece ridículo? Se não prestarmos atenção, assim será.


  "E se fosse isso perder a vida...
 Fazermos a nós próprios as perguntas essenciais um pouco tarde demais?"
 (Gilberto Cesbron)
Mário Sérgio Cortella

segunda-feira, 13 de maio de 2013

"Mudança"!!!

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa...Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.. .Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros... Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde...
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua... Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor... A nova vida.
Tente...  Busque novos amigos... Tente novos amores... Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria...
Almoce mais cedo,  jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários...
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude!!!
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as... Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas... Troque novamente... Mude, de novo...
Experimente outra vez...
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa...
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia...
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

Edson Marques

sábado, 11 de maio de 2013

"Nossos Sonhos"!


 Nossos sonhos são o óleo que faz com que a engrenagem da nossa vida funcione.
Sonhando, corremos o risco de cair do alto um dia; sem sonhos, nunca chegaremos a subir a lugar nenhum.
Quem não sonha, não vive; quem não sonha, perde toda a esperança de ver qualquer futuro para si mesmo; quem não sonha, morre antecipadamente, morre em vida.
Quem não sonha, não gosta de pôr-do-sol, não toma tempo para olhar as estrelas, deprime e não vê as inúmeras possibilidades que a vida nos oferece para que sejamos felizes.
Melhor pensar que vai ser melhor amanhã do que ficar remoendo as dores presentes; melhor acreditar que o mundo pode ser justo e bom, que ainda existe gente boa e feliz, do que ficar vendo coisas negativas em toda a parte.
Acreditar no amor, não é um sonho. É acreditar em algo possível...
Porque o amor nunca é um sonho, mesmo se nos faz sonhar; o amor é algo palpável e que dá sentido à nossa vida.
Sonhar que podemos ter uma vida diferente no futuro é apenas o primeiro passo na direção desse mesmo sonho.
Enquanto o vemos, vamos atrás dele e tudo fica infinitamente mais leve e mais fácil no presente; as cargas tornam-se menos pesadas, pois temos nossas mentes voltadas para algo mais bonito e não ficamos sentindo pena de nós mesmos.
E sabemos que muito pior que sentir pena dos outros, é sentir pena de si mesmo.
Foram grandes sonhadores, idealistas, que mudaram a face do mundo. É preciso que pessoas assim continuem a existir. Podemos não ser grandes revolucionários no mundo, mas podemos tentar ser os revolucionários da nossa própria vida.
Cabe a nós fazer alguma coisa... Só a nós!
Quem sonha, mantém a vida em movimento, num eterno passo na direção que nos aponta nosso grande Criador.
Quem sonha voa, corre, experimenta a vida, faz todas as coisas tornarem-se possíveis; nos sonhos pode-se ser rainha, rei, cinderela, rico, feliz ou simplesmente amado de amor infinito...
É uma experiência enriquecedora.
Então, escolha você mesmo o que você quer ser... E depois, acredite firme nisso!

Letícia Thompson
                           

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"O Estranho em Nossa Família"...

Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho recém-chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.
O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
Meus pais eram instrutores complementares. Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer. Mas o estranho era nosso narrador...
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar.
O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, e quanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.
As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa. Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse.
Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool.
Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.  Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.
Repetidas vezes o criticaram,  mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais,  mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família.
Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.
Não obstante se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome? Nós o chamamos... Televisor!                                        
Agora este Televisor tem uma esposa que se chama Computador,e um filho que se chama Celular!
Acho que devemos ter muito cuidado com estes dois novatos, já que o primeiro foi a lareira da sala de visitas de nossas vidas, onde queimamos raízes...


Autor Desconhecido
                                                                              

quinta-feira, 9 de maio de 2013

" De Bandeja para Bandidos"!!!

Dêem uma pausa e reflitam sobre a verdade do que está escrito abaixo. O ORKUT apareceu como uma forma de contatar amigos, saber notícias de quem está distante e mandar recados... O FACEBOOK também.
Hoje está sendo utilizado com o propósito de, creio ser o seu maior trunfo, obter informações sobre uma classe privilegiada da população brasileira. Por que será que só no Brasil teve a repercussão que teve? Outras culturas hesitam em participar sua vida e dados de intimidade, de forma tão irresponsável e leviana..
Por acaso você já recebeu um telefonema que informava que seus filhos estavam sendo seqüestrados? Sua mãe idosa já foi seguida por uma quadrilha de malandros ? Já te abordaram num barzinho, dizendo que te conheciam faz tempo? Já foi a festas armadas para reencontrar os amigos de 30 anos atrás e não viu ninguém?
Pois é... Ta tudo lá.
No ORKUT, No FACEBOOK.Com cinco minutos de navegação eu sei que quantos filhos você tem, ou se não tem, se tem namorado/a, sei que estuda no colégio tal,ou que trabalha em tal lugar, sei que freqüentatais cinemas, tais bares, tais festas, sei nome de familiares, sei nome de amigos; sei, sei, sei!
E o melhor de tudo, com uma foto na mão! Identifico seu rosto em meio a multidões, na porta do seu trabalho, no meio da rua... Afinal, já sei onde você está...É só ler os seus recadinhos.
Faço um pedido... Quem quiser se expor assim, faça-o de forma consciente e depois não lamente, nem se desespere, caso seja vítima de uma armação.
Mas poupe seus filhos, poupe sua vida Íntima. O bandido te ligou pra te extorquir dinheiro também porque você deixou.. A foto dos meninos estava lá... Teu local de trabalho tava lá. A foto do hotel 5 estrelas na praia tava lá.
A foto da moto que está na garagem estava lá. Realmente somos um povo muito inocente e deslumbrado. Por enquanto, temos ouvido falar de ameaças a crianças e idosos.
Até que um dia a ameaça será fato real. Tarde demais.
Se você me entendeu, ótimo! Reveja sua participação no ORKUT, FACEBOOK, ou ao menos suprima as fotos e imagens de seus filhos menores e parentes que não merecem passar por situações de risco que você os coloca.
Oriente seus filhos a esse respeito, pois colocam dados deles e da família sem pensar em consequências, fazem isso pelo desejo de participar, mas não sabem ou não pensam no perigo de se dar dados pessoais e da família para que qualquer pessoa veja... Se acha que não tenho razão, deve se achar invulnerável
Informo que pessoas muito próximas a mim e queridas já passaram por dramas gratuitos, sem perceber que tinham sido vítimas da própria imprudência.
A falta de malícia para a vida nos induz a correr riscos desnecessários...
Não só de Orkut, FACEBOOK, vive a maioria dos internautas.
Temos uma infinidade de portas abertas e que por um descuido colocamos uma informação que pode nos prejudicar. Disponibilizar informações a nosso respeito pode se tornar perigoso ou desagradável.
Portanto, cuidado ao colocar certas informações na Internet... Não conhecemos a pessoa ou as pessoas que estão do outro lado da rede.
O papo pode ser muito bom, legal... Mas as consequências...Desastrosas!!!
DE QUE ADIANTA...
FICAR PREOCUPADO COM A SEGURANÇA DA CASA, DO TRABALHO E OUTROS LOCAIS, COLOCANDO CAMERAS, ALARMES, IDENTIFICADOR DE CHAMADAS, SEGURANÇA PESSOAL E OUTROS MAIS, SE TUDO É TÃO SIMPLES E DADO DE BANDEJA...

PS: Passe a todos que você conhece e que utilizam as Redes Sociais, para que todos tenhamos consciência sobre o assunto e possamos colaborar com a diminuição do crime.
Esta campanha é muito importante para a sua segurança e de seus faníliares!
Marco André Vizzortti
Professor de Informática da USP