Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

terça-feira, 30 de junho de 2015

"A Sociedade E As Crianças"!!!

Você já percebeu, caro leitor, que atualmente as crianças são consideradas responsabilidade única e exclusiva dos pais e das escolas?
Eu já perdi a conta de quantas vezes ouvi a frase "preciso que a escola funcione em tempo integral e também nos períodos de férias, porque não tenho com quem deixar meus filhos". Você certamente também já ouviu ou pode, inclusive, ter dito isso, não é verdade?
As escolas reclamam -com razão- que crianças vão para a escola doentes, levando consigo a lista de medicamentos que devem tomar. Em parte por causa disso, boa parte das escolas tem enfermaria em seu espaço. E qual o motivo dos pais para agir assim? Eles não têm com quem deixar a criança que, vamos convir, nesse estado ficaria bem melhor em casa ou, pelo menos, com algum familiar próximo. Dessa maneira, ela poderia se recuperar com mais rapidez, além de evitar o risco de transmitir a doença para muitas outras crianças no espaço escolar que frequenta.
E quando uma criança se comporta de modo inadequado no espaço público?
Todos os pensamentos, e olhares também, julgam e reprovam a mãe, que é considerada incompetente em sua tarefa educativa.
Sim, precisamos reconhecer que cuidar dos filhos não tem sido priorizado por muitos pais, que escolhem outras coisas que consideram mais importantes para colocar no topo de sua lista de prioridades. E também precisamos admitir que os pais têm gostado muito de ter a posse quase total sobre os filhos. Eles até permitem, quando precisam, que o filho fique com avós ou outros familiares, desde que eles sigam rigorosamente as suas orientações.
Não é assim que tem funcionado?
O problema é que esse pensamento permitiu que a comunidade simplesmente ignorasse os deveres que tem para com as suas crianças. Afinal, elas são o nosso futuro, serão elas que construirão o mundo em curto prazo. Todos nós somos, portanto, responsáveis por elas.
Quantas empresas, que têm em seu quadro um grande número de pais, são solidários quando os filhos deles ficam doentes? E quando digo solidários, me refiro a alguma atuação prática, evidentemente. Como permitir que o funcionário trabalhe em casa por alguns dias quando isso é possível, ou não descontar eventuais faltas ao trabalho resultantes desse motivo.
Quantas empresas têm um espaço para filhos de funcionários ficarem, quando eles precisam? A empregada faltou ou a escola não funcionou nesse dia, com quem deixar os filhos? Seria ótimo se a criança pudesse ir com sua mãe ou seu pai para o trabalho, e lá ter um espaço preparado para ela ficar. Acredita, caro leitor, que há empresas que sequer permitem a entrada de funcionários acompanhados de seus filhos? E falo de
crianças que ficariam comportadas e de funcionários que trabalham em local que não oferece risco para crianças.
As empresas ainda não se deram conta de que, se agirem assim, assumem sua parcela de responsabilidade social com as novas gerações e com o futuro. Além de tudo, ao apoiar os funcionários que têm filhos, elas melhoram a qualidade de vida deles.
E as empresas precisam de seus funcionários bem.
Já temos experiência suficiente para perceber que deixar os pais como únicos responsáveis pelas crianças não dá certo. Até quando a sociedade vai ignorar os mais novos e sua responsabilidade para com eles?

Roseli Sayão

sexta-feira, 19 de junho de 2015

"O Mestre E O Riacho"!!!


Um dia um velho sábio estava sentado à cerca de um riacho admirando-o.
Aproximou-se um discípulo e perguntou:
”É apenas um riacho, por que perde sua tarde sentado aqui?”.
E o sábio disse:”O que consegue ver?”.
E o discípulo responde: “Água, pedras e deve ter peixes”.
Imagine se o riacho representa-se sua família.
O discípulo se pós a observar, por horas, até que ficou nervoso e disse:
“Como posso ver alguma relação entre o riacho e a minha família?”
Tem um coração cheio de raiva e egoísmo não sendo assim leal a si e aos seus pais, irmãos, sobrinhos e sobrinhas. Isso acontece quando deixamos, que a mente egocêntrica, desconecte seu coração do seu Ser.
Quero que agora mire o riacho com o coração!
O que vê?
Vejo a água fluindo harmoniosamente e calmamente...
Isso representa o fluxo de sua família em um só sentido.
Vejo duas pedras grandes... Isso representa seus pais.
Ali mais a esquerda vejo pedras brancas... Isso representa seus irmãos e irmãs.
A direita vejo pedras azuis... São seus sobrinhos e sobrinhas.
Ao centro vejo umas cinzas... Esses podem ser seus filhos ou filhas.
O discípulo em um momento de desespero diz:”-mas estão todos se afogando.
E o mestre disse:
”Se você não tivesse passado uma parte de sua vida pensando somente em você, teria percebido que seus pais estavam no rio e com o passar do tempo sua família também.”
O que faço meu mestre?
Entre na água recolha as pedras, e as coloque juntas. Assim vai perceber o quanto elas estão frias, machucadas, lastimadas e assim acabaram por perder sua pureza.

Autor Desconhecido

sexta-feira, 12 de junho de 2015

"Já Vi... Já Sei"!!!

Ele, ou ela, conta entusiasmado uma descoberta.
O interlocutor, antes mesmo que a história seja concluída, já está dedilhando, em alguma engenhoca eletrônica, referências a partir do que é dito.
O contador vai se angustiando, tentando interessar mais quem escuta, ou ao menos deveria escutar, que aquela maquininha eletrônica. Seus esforços são em vão, nada escapa aos dentes afiados dos googles da vida. Antes mesmos que o infeliz orador – que não está mais angustiado, mas, agora, decepcionado – termine sua oração, o outro o interrompe com um superior sorriso de vencedor de uma batalha inglória, dizendo: -“Já vi, Já sei”.
- “Olha esse Picasso”. -“Sim, já vi, sei que é um Picasso. Aliás, que mania chata do Picasso fazer quadros tão semelhantes, que basta a gente bater o olho e já sabemos que é um Picasso. E o Botero, então, com aquela mania de só fazer gordinhos, tudo muito igual...”.
A reação é semelhante ao criticar a mania do Woody Allen gostar de Nova Iorque, de Jorge Amado escrever tanto sobre a Bahia, de Vinícius poetar o amor...
Sem comentários para Bach ou Mozart, coitados. É tudo já vi, já sei.
Para essas pessoas o novo é o nunca visto – daí a busca frenética por excursões exóticas do outro lado do mundo, por paisagens nunca vistas – se não der para ir de avião, barco, carro, bicicleta, cavalo ou a pé – vai de alguma droga mesmo, pois o que vale é a “viagem”.
Ora, ora, o novo não é o ver o nunca dantes visto no estranho, mas ver, no sempre visto, o que nunca foi visto antes. É o que faz uma obra ser clássica.
Por mais que você veja a Acrópole, o David de Michelangelo, ou a Monalisa, sempre, a cada novo encontro, a surpresa se renova, a ponto de você ser perguntar por que não tinha visto o que agora vê.
Nossa época, com seus gadgets eletrônicos, confunde informação com saber.
Se não acordarmos da inércia mental a que ela nos convida, nesse carnaval de links: -“Ei, você aí, me dá um google aí, me dá um google aí...”, se não acordarmos, vamos ficar muito parecidos com os cachorros de estimação ao lado dos donos, no café da manhã. Eles abrem a boca, ávidos pelo próximo naco, que engolem com sofreguidão, pois o que interessa não é comer, mas a certeza que vai ter sempre o próximo naco, o próximo link, mesmo que dê indigestão.
Nós também podemos ficar assim se perdermos a capacidade humana de ver o novo, não no exótico, mas no íntimo, no próximo, no conhecido. E, para isso, é fundamental manter viva a curiosidade que nos leva a retirar e perceber o singular, o detalhe, a diferença, mesmo frente a um mar de aparentes igualdades.
Se perdermos essa capacidade, só nos faltará, como os nossos fiéis amigos, balançar o rabo.

Jorge Forbes