Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"Somos Como O Ano Velho... Por Isso Tememos O Novo"!!!


O que estou fazendo com as minhas partes que ficaram paradas?
O que está você fazendo com as suas.
O que estou fazendo para renovar o que há de antigo em mim, tão arraigado que até já o suponho convicção?
O que você está fazendo como que há de antigo em você, e que talvez se exteriorize com a aparência de ser o mais moderno?
Somos como o ano velho. Como um montão de anos velhos, acumulados. Vivemos a repetir o que já sabemos, o que já experimentamos. Repetimos, também, sentimentos, opiniões, ideias, convicções
Somos uma interminável repetição, com raras aberturas reais e verdadeiras para o novo do qual cada instante está prenhe.
Somos muito mais memória do que aventura.
Somos muito mais eco do que descoberta.
Somos muito mais resíduo do que suspensão.
Somos indissolúveis, pétreos, papel carbono, xerox existencial, copiadores automáticos de experiências já vividas, fotografias em série das mesmas poses vivenciais. Somos um filme parado com a ilusão de movimento.
Só acreditamos no que conhecemos. Supomos que conhecer é saber.
O ser humano é feito de tal maneira inseguro que a sua tendência é sempre a de reter as experiências e fazer da vida uma penosa e longa repetição do já vivido. O ser humano adora repetir...
Ele precisa repetir, porque não está preparado para o novo de cada momento, para o fluir do Todo na direção da Transformação Permanente. Ele é uma unidade estática e acumuladora, num cosmos mutante e em permanente transformação.
Aceitar a mudança e a transformação é ameaçar tudo o que o homem adquiriu e guarda com avareza, para tentar explicar a realidade e a vida. Mas cada vez que o ser humano usa o instrumental guardado com tanta avareza para explicar o real, este já se transformou e o que antes era eficaz, novo, “descoberta importante”, logo se transformou numa informação parcial, num mero dado da realidade...
Esta é sempre mais rica. Está sempre grávida de transcendência.
Aí está o grande dilema: para explicar o real só temos a nossa experiência anterior, mas esta só é válida no momento da sua revelação. Um segundo depois já ficou parcial, relativa, incompleta. Não temos, então, instrumental de aceitação do novo e o que temos fica mais velho e superado a cada aplicação.
Por isso é mais cômodo, fácil e simples para o ser humano cair na repetição do que já é, do que já sabe, do que já viveu. Ele chega a chamar isso de “conhecimento”, quando é, apenas, cristalização de um saber anterior.
Por isso o ser humano tende tanto ao conservadorismo: atingida uma conclusão, montado um sistema de interpretação da realidade, logo o ser humano se aferra a ele (sistema) e, numa extensão, aplica-o a todo o real. Se o sistema é lógico, então, a mente racional se satisfaz e com isso o homem se supõe portador de uma verdade. Aferra-se então a ela, passando a ser um de seus defensores.
Cria, a partir da verdade na qual crê e passa a repetir escolas de pensamento, doutrinas, religiões, ideologias, esquemas de interpretação da realidade, correntes, seitas, crenças, opiniões, convicções e até fanatismos.
Cria uma espécie de dependência das próprias verdades. Passa de senhor a escravo. E quanto mais escravidão mental, mais sensação de liberdade.
Sim, somos viciados na próprias crenças, dependentes das próprias verdades, toxicômanos das próprias convicções. E, como ocorre em todas as dependências, precisamos repetir as nossas verdades para que não caiamos no pânico da dúvida, na ameaça da mutação. Inventamos uma pacificação ilusória e grandiloquente...
Seu nome: coerência.
Coerência passa a ser grande virtude. “Fulano, conheço-o há trinta anos...
Sempre na mesma posição. Tipo coerente está ali!” E assim saudamos a alguém que parou no tempo, que tão logo ganhou uma convicção fechou-se a todas as demais.
Assim nas crenças, assim nas ideias e assim, também, nos sentimentos, nas vontades e nos hábitos. Uma pessoa diz, com orgulho, que há quarenta anos torce pelo mesmo time. Fico a pensar no que ela perdeu de vida, alegria e descoberta nesse tempo todo, de oportunidade de apreciar a qualidade dos demais, a beleza da camisa dos outros, a virtudes dos antagonistas, o estilo dos adversários.
No afã de querer a vitória das suas cores, quantas outras vitórias dos outros ela deixou de fazer também suas, quantas alegrias perdeu.
A rigor não sabemos o que estamos fazendo para renovar o que há de antigo em nós. Em geral, nada. Não me refiro ao que há de permanente, pois o ser humano é feito de permanências e provisoriedades. As permanências (ligadas às essências) devem ficar. Mas as provisoriedades que se tornaram antigas, paradas e repetitivas e que ali estão remanescentes por nossa preguiça de examiná-las ou por nossa incapacidade (medo) de removê-las, estas precisam ser revistas, checadas, postas em discussão, em debate e arejamento...
Criar é manter a vida viva. Criar é ganhar da morte. Morte é tudo o que deixou de ser criado. Criatividade é, pois, um conceito imbricado no de vida. Não há como separar os dois conceitos.
Vida é criação e criação é vida. Só criatividade nos dará uma possibilidade de solução para cada desafio novo. As soluções jamais se repetem. Nós é que nos repetimos por medo, comodismo ou burrice. Adoramos repetir, tememos renovar, por isso tanto sofremos.

Arthur da Távola

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

"O Sentido Do Natal"

Um homem deixou para fazer suas compras de Natal no último instante.
Nas ruas o vai-e-vem da multidão apressada. Ele, entre esbarrões, comprando aqui e ali. De súbito, pula um moleque à sua frente pedindo, quase implorando para que ele comprasse duas canetas para ajudá-lo. Nervoso, ele manda o garoto sair da frente. Apressou o passo e só parou, quando percebeu que havia ganho certa distância do garoto.
Foi à loja de brinquedos e é mal atendido. A balconista, exausta e irritada, vende descortesias e ele prontamente deu o troco.
Ao voltar para casa, guiou o carro como se estivesse à frente de um exército inimigo, queixando-se sistematicamente de todos os que atravancavam o seu caminho.
Quando chegou enfim, mal-humorado, seu filho caçula recebeu-lhe com a ansiedade dos que aguardam uma notícia. A sala estava iluminada, em clima de festa. Sentindo a paz doméstica, recordou a sua vergonhosa performance naquela maratona de véspera de Natal. E observando a alegria de seu filho diante dos embrulhos coloridos, reviu arrependido a expressão tristonha da criança que tentou vender-lhe duas canetas . . .
Contou este fato a um amigo. Este, porém, disse-lhe:
- Meu amigo, você não entendeu o sentido do Natal. Esta comercialização é necessária para movimentar o comércio,  mas é lamentável que, sob indução da propaganda, transformaram o ato de presentear numa obrigação.
Há quem se ofenda se não recebe algo dos familiares. É bom presentear, nos dá alegria. É sempre um gesto de carinho, uma manifestação de bem-querer.
Mas, o ideal seria que não houvesse tempo certo para isso, tira muito a espontaneidade do gesto e a magia da dádiva. Porém, é sempre bom lembrar que nos reunimos para celebrar o nascimento de Jesus. E que Este, não pediu que trocássemos presentes, mas que vivenciássemos seus ensinamentos.
Portanto, amigo, vivencie o Natal amando ao próximo, fazendo aos outros o que gostaria que os outros lhe fizesse, porque tudo que fizermos ao menor de nossos irmãos, é ao "aniversariante" que estaremos fazendo.
Este é o verdadeiro sentido do Natal.
Mas lembre-se amigo, não espere o próximo Natal para consertar . . .
Envergonhado, o homem concordou com o amigo.

Autor Desconhecido


sábado, 19 de dezembro de 2015

"As Marcas do Ano Novo"!!!

Imagine uma frase sem ponto, um dia sem noite, um caminho sem parada.
Seria tudo igual, irrelevante, sem graça, dada a ausência do ritmo que fabrica o sentido, no contraste das situações. Quem vive quer contar e quando perdemos o ritmo entramos no contínuo mortífero.
O Ano Novo é uma das principais pontuações que nos marca...
Ele escande o tempo, classifica lembranças, promove o futuro. O ano novo é palco de nossos sonhos, de nossos planejamentos. Cada um tem seu método de jurar o ano novo: uns o fazem em segredo, fechando até os próprios olhos; outros, ao contrário, fazem um pacto em tabelas complicadas, com marcações dia a dia, especificando o caminho a trilhar; ainda outros preferem fazer compromissos com a pessoa amada, escolhendo o melhor lugar para testemunhar suas esperanças...
Uma praia, uma cachoeira, uma montanha, uma árvore, um rochedo, uma ponte.
O ano novo é generoso, pois se renovando todos os anos – uma vez que ele nunca é datado - o que não funcionou em um ano, terá outra chance no próximo ano novo. Nós, curiosamente, vamos ficando velhos, mas o ano é sempre novo. Já notaram?
E quanto mais velhos, vamos ficando espertos em anos novos. É uma paradoxal vantagem da idade. Acumulamos anos novos nas gavetas de nossas maiores emoções, de ponta a ponta de nossas vidas: os nascimentos, os acidentes, as formaturas, os prêmios, as perdas, as mortes e, muito especialmente, os amores.
O ano novo adora os amores, razão pela qual todas suas representações aludem aos encontros de amor. O navio, o champanhe, os fogos, os saltos das ondas, a dança, tudo isso é para ser feito de mãos dadas, nem que seja com a saudade.
O ano novo é flexível ao horário de cada país – muitos ficam em frente à televisão brindando em várias línguas a sua chegada e escolhendo, na comparação, o melhor cenário. Ele também é flexível aos nossos estados íntimos, se adequando do bom ao péssimo humor.
Uma coisa é certa, ninguém escapa ao ano novo. Não dá para resistir à sua chegada, não dá para atropelá-lo, não dá para ignorá-lo...
Ele marca uma data para todos, nisso é universal; ele possibilita a cada um contar e fazer a sua história, nisso é singular.
A você de jogar e fazer do seu, um bom ano novo. Sorte!

Jorge Forbes

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

"Natal... Ano Novo... E Nós No Terceiro Milênio"!!!


Passou-se uma década e meia após o Bug do Milênio, quando celebramos o ano 2000, iniciando assim o século XXI e o primeiro século do terceiro milênio.
Em quinze anos muitos fatos aconteceram. Antes da celebração de 2000, presumiu-se que aconteceria o Bug do Milênio, endoidecendo computadores ultra inteligentes, que recuariam um século, ocasionando um colapso mundial. A febre para salvar dados contaminou a todos, mas nada aconteceu.
Tragédias e fatalidades fizeram-se presentes em várias partes do mundo nesses quinze anos, a ressaltar o inimaginável ataque terrorista ao Word Trade Center, em 2001, que originou a Guerra ao Terrorismo, e em 2004, quando um tsunami gigantesco varreu a costa asiática um dia após o Natal, ceifando quase 300 mil vidas, estarrecendo o mundo, traumatizando todos que moram em cidades litorâneas.
Também confabulamos sobre o grande evento do fim do mundo, que aconteceria em 21 de dezembro de 2012, segundo profecia Maia. Nesse dia Mamãe Natureza sequer espirrou, graças! Ainda, para setembro de 2015, teóricos do fim do mundo anunciaram a colisão de um asteroide gigantesco contra a terra. Seria adeus a tudo que se move. A NASA desmentiu-os e, ainda bem não foi dessa vez, graça das graças!
No Brasil, o Cristo Redentor foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno. Na política, a corrupção fumegou, borbulhou, aqueceu, ferveu, e alguns canalhas da nação foram encarcerados em celas cinco estrelas. Computadores e celulares invadiram os lares brasileiros. A liberdade de expressão via internet, tomou ares assustadores; preconceito, discriminação, racismo, intolerância religiosa, pornografia e pedofilia, ganharam força tremenda em redes sociais.
Entretanto, mesmo sofrendo dolorosamente com as tragédias naturais e ambientais que nos enluta, a vida segue, ela sempre segue. Entramos no novo milênio perdendo a batalha contra o câncer, a ressaltar o câncer de mama, mas a Ciência Médica trava uma batalha hercúlea para a descoberta da cura dos diversos cânceres que vitimam fauna e flora. O tratamento convencional, quimioterapia e radioterapia, terrivelmente agressivo, está perdendo a vez para as drogas mais potentes, com menos efeitos colaterais. É um avanço e tanto. Bravos cientistas do bem que trabalham arduamente em prol de salvar a humanidade!
Mormente, sigamos cuidando de nós com menos exposição ao sol, escolhamos bem os alimentos, sejamos bípedes conscientes e caminhemos mais a pé, sejamos menos consumistas e usemos menos os favores da tecnologia.
Que tal dar férias de vez em quando à parafernália eletroeletrônica e curtir lugares insólitos, exóticos, fantásticos? Que tal um banho na cachoeira mais próxima com a família? Wow! As criancinhas e as criançonas vão adorar!
Sim, busquemos minimizar situações exacerbadas de estresse. Exercitemos o corpo, façamos exames periódicos para prevenção e/ou detecção de possíveis problemas de saúde, posto que não devemos desprezar a aparelhagem do nosso corpo.
Nostradamus profetizou que o vulcão Vesúvio entrará em erupção no final de 2015 e começo de 2016, arrasando Nápoles. Balela! Nostradamus era apenas um adivinho como outro qualquer. O que o colocou no ápice das atenções foi ter registrado as suas adivinhações de forma singular.
Apostemos, isto sim, que a entrada no Novo Ano será auspiciosa para todos os povos da terra, sem violências, sem guerras, sem ditadores, carrascos, psicopatas e extremistas religiosos sangrando a nossa terra querida. Pondero que se possuíssemos varinhas mágicas poderíamos tocar o coração de pessoas ególatras e desumanas, com sua fome de sangue, ouro, poder. Assim teríamos o mundo com o qual sonhou um homem chamado Jesus de Nazaré, filho de Maria e José.
Demais, nos últimos minutos de 2015, prestemos homenagens aos que partiram para sempre. Pessoas morrem, mas bebezinhos nascem, animais procriam, sementes germinam, dando continuidade à vida. E, nos primeiros acordes de 2016, lembremo-nos de desejar paz ao mundo. Desejemos que a Terceira Guerra Mundial jamais aconteça. Ela seria nuclear e... É melhor nem discernir a esse respeito.
Finalizo, desejando a todos um Feliz Natal e um Novo Ano de sonhos realizados. Usufruam de muita saúde e pleno direito de viver uma vida bela.

Marlene A. Torrigo


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"Quem Somos Nós?"!!!

Transcorrem os dias tão depressa. As décadas que se sucedem não passam de instantes, momentos, átimos.
Ontem, recém-nascidos, os primeiros passos tortuosos. Eis o doce ensaio para a vida: passos vacilantes e quedas dolorosas. Até que um dia os passos se firmam, não mais caímos e aprendemos a viver.
E onde está a criança que há poucos instantes fomos nós?
A criança que olhava ao seu redor deslumbrada, colorindo e recolorindo o mundo com as cores da curiosidade, da inocência, do faz de conta.
Num breve instante, a adolescência. As descobertas, emoções, reações e sentimentalismos exacerbados.
E onde o jovem de outrora? Onde seus ideais, seus objetivos, o brilho no olhar?
Carrega ainda seus sonhos consigo ou já os perdeu pelo caminho, inundados pela maré das circunstâncias?
Hoje somos adultos. Temos papéis sociais a cumprir. Somos incumbidos de metas, deveres e obrigações.
Espera-se que sejamos o que devemos ser e façamos o que devemos fazer.
Todavia, quem somos nós?
Somos a criança que ensaia seus passos para a vida? O jovem imerso num sem-fim de emoções? Ou, ainda, o adulto em cujos ombros pesam grandes responsabilidades?
Passam os dias tão depressa. Das horas, restam apenas as cinzas.
Houve tempo suficiente para a criança crescer?
Para o jovem amadurecer?
Para o adulto aprender a viver?
Quem somos nós?
A ciência não mais trabalha com a noção de universo, mas sim com a de multiverso, um conjunto de todos os universos que estão relacionados, denominados universos paralelos.
Estima-se que, em nosso universo, devam existir algo em torno de duzentos bilhões de galáxias e uma delas é a nossa – a Via Láctea. De pequenas proporções, conta com cem bilhões de estrelas. Entre essas estrelas, uma em especial: o nosso sol.
Em torno dele, orbitam planetas. Um desses é onde vivemos, a Terra.
Na Terra, foram catalogadas mais de três milhões de espécies animais e, dentre elas, a nossa, homo sapiens. Essa espécie, por sua vez, tem sete bilhões de indivíduos.
E o questionamento se repete: quem somos nós?
Somos um individuo entre os sete bilhões de uma única espécie, computada entre as três milhões classificadas, que vive em um planeta que orbita uma estrela que é somente uma dentre as cem bilhões de estrelas que compõem nossa galáxia.
Esta é apenas uma dentre as duas centenas de bilhões de galáxias que existem no nosso universo, que é, finalmente, tão somente um, dentre diversos outros universos existentes.
É a grandeza da obra que revela o seu Criador.
As mesmas mãos que criaram todo esse esplendor em luz, também criaram a cada um de nós com infinitas oportunidades de progresso, de felicidade, de conhecimento, de evolução.
Somos, em nós mesmos, todo um universo a ser desbravado.
Não somos nosso sotaque, nem nossa posição social. Não somos nossos bens materiais, a religião que professamos, o cargo que exercemos e nem a cor de pele que temos.
Antes, somos o amor que cultivamos, o bem que praticamos, o conhecimento que adquirimos, as lições que aprendemos, a verdade que buscamos.
Do universo de possibilidades de que somos constituídos, nós somos as escolhas que fazemos.
Pensemos nisso!

 Momento Espírita


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

" Avanços Tecnológicos e Afetivos"!!!

A diferença entre os avanços tecnológicos e os afetivos é alarmante!
Nos últimos 50 anos, os avanços conquistados na área da tecnologia, da ciência e da medicina foram (e tudo nos leva a crer que serão cada vez mais) inimagináveis. Nunca evoluímos tanto no desenvolvimento da informática, maquinários, descobertas científicas e também no universo da saúde, especialmente no que se referem à extensão da juventude, cirurgias estéticas e transplantes de órgãos.
Os meios de comunicação também surpreendem os que, há menos de 25 anos, ainda se comunicavam fundamentalmente por telex e linha telefônica – que era disputada a ferro e fogo e custava uma quantia considerável. Quem imaginava que tão rapidamente teríamos câmeras ao vivo, espalhadas pelo mundo todo?
Hoje, a tecnologia nos permite acompanhar a dinâmica do mundo em tempo real.
Já se fala até em construir um avatar de você mesmo para deixar para a posteridade. Ou seja, você já pode ser imortal, o que significa que seus bisnetos, tataranetos e gerações seguintes poderão falar com a sua versão virtual, através de qualquer computador.
Espantoso? Creio que não! Ou melhor, creio que esse avanço é totalmente compatível com a inteligência e a criatividade humana. Porém, espantoso mesmo é o quanto nos mantemos retrógrados e atrasados no campo das emoções.
Se traçarmos um paralelo entre esse estonteante crescimento e o amadurecimento afetivo que tivemos no mesmo período, constataremos que estamos diante de um dilema bastante perigoso.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), daqui a 10 anos, a depressão será a segunda causa de improdutividade das pessoas, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Prevê também que a cada 30 segundos, pelo menos uma pessoa cometerá suicídio no mundo. Além disso, sabe-se que cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de distúrbios afetivos, incluindo ansiedade, bipolar, TOC, depressão, entre outros.
Agora, pensemos: a expectativa de vida aumenta a cada ano, mas a nossa capacidade de lidar com nossas emoções, expressar nosso afeto ou simplesmente conversar sobre o que nos incomoda continua tão pequena. Bastaria analisarmos o fato de que uma mulher, por exemplo, pode voltar a “ser virgem” por meio de uma cirurgia de reconstituição do hímen e, no entanto, a maioria dos casais sequer consegue falar sobre sua sexualidade e suas dificuldades porque tem medo de se entregar, de confiar ou de compreender melhor suas crenças sobre sexo.
Tudo isso sem falar sobre a tão pouca atitude consciente que ainda temos a respeito da preservação da natureza, ou ainda sobre como ser gentil com as pessoas que mais importam, seja nosso cônjuge, nossos filhos ou familiares.
No ambiente de trabalho, quantos ainda cumprem sua carga horária exclusivamente em troca do salário mensal, sem nenhuma perspectiva de transformação humana, sem nenhum comprometimento com a qualidade das relações que mantém a maior parte do dia, da semana, do tempo de sua vida?
Se quisermos realmente vivenciar a felicidade enquanto desfrutamos de avanços como cura de doenças, possibilidades de novos relacionamentos e facilidades tecnológicas, é urgente adotarmos uma nova postura diante da vida.
Claro que as atitudes que nos conduzem ao amadurecimento não são resultado apenas de uma decisão, mas certamente este é o primeiro passo. Em seguida, por meio de leituras, terapias, espiritualização e novos aprendizados, é certo que poderemos fazer um ótimo trabalho.
Sobretudo, que não nos enganemos: conhecimento se dá pelo processo de assimilação das informações corretas... Mas sabedoria, aquela que promove a transformação de que tanto precisamos, só é possível quando nossas atitudes são coerentes com o que sabemos. Ou seja, exercício diário, consistente e ininterrupto!

Rosana Braga