Teve o desígnio, durante séculos, de mostrar o Homem, assim como ensinou a distinguir uma catedral através das pedras. Pregou esse Homem que dominava o indivíduo...
Porque o Homem da minha civilização não se define através dos homens.
São os homens que se definem através dele. Há nele, como em todo o Ser, qualquer coisa que os materiais que o compõem não explicam.
Uma catedral é uma coisa muito diferente de uma soma de pedras...
É geometria e arquitectura. Não são as pedras que a definem, é ela que enriquece as pedras com o seu próprio significado. Essas pedras ficam enobrecidas por serem pedras de uma catedral. As pedras mais diversas servem a sua unidade...
A catedral as absorve, até às gárgulas mais horrendas, no seu cântico.
Mas, pouco a pouco, esqueci a minha verdade. Julguei que o Homem resumia os homens, tal como a Pedra resume as pedras.
Confundi catedral e soma de pedras, e, pouco a pouco, a herança desvaneceu-se.
É preciso restaurar o Homem!
Ele é a essência da minha cultura...
Ele é a chave da minha Comunidade...
Ele é o princípio da minha vitória.
Antoine de Saint-Exupéry