Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Há coisas que nunca morrem"!




Há coisas que nunca morrem!
Coisas existem, que sobrevivem em nós.
Como os lugares onde passei a juventude. Que, degradados pelo correr dos anos, em minha memória permanecem como eram; com todos os detalhes que impressos ficaram em mim.

Como o eco dos risos e das lágrimas, que ainda hoje persistem em meu coração; como se pudessem escapar à marcha do tempo, protegidos pelo ancoradouro seguro da saudade.
Como se cada momento vivido se cristalizasse no universo, qual vívida imagem que a qualquer instante acessamos, pelos infinitos caminhos do nosso verdadeiro Eu. Pois a verdade é que em mim continuam as lembranças de cada momento em que fui tocado pelo sopro da Vida: cada beijo de amor, cada ilusão que acalentei, cada desengano que sofri.
Hoje, percorro as ruas por onde andei; e já não encontro a paisagem daqueles tempos, nem os amigos que comigo estiveram. Nem os sonhos que dividimos, na inconsequência da mocidade. Entretanto, se os meus olhos precisam enxergar o novo quadro, é para o velho cenário que se volta a visão da minha alma; e os sons de ontem se sobrepõem aos ruídos do hoje.
E certo estou de que o mesmo ocorre a cada um de vós. Pois nenhum ser humano existe que não traga consigo as lembranças do passado, embora os seus pés caminhem no presente e a sua esperança viva no futuro.
Já não recordo o conforto do seio materno, nem a emoção dos primeiros passos, nem a alegria do primeiro sorriso; tão longe não alcança o barco das lembranças.
E, entretanto, é o mesmo conforto que buscamos em cada seio; a mesma emoção que procuramos em cada novo passo, e a mesma alegria que desejamos ter em cada sorriso. É preciso que o primeiro beijo se repita em cada beijo; que a mesma ânsia una sempre os corpos entrelaçados e a mesma ternura se faça presente, cada vez que se encontrem as mãos.
Ou o vosso amor se perderá nas brumas do tempo, como antes dele tantos outros sonhos já se foram. E viverá apenas nas vossas lembranças, como hoje acontece às emoções do passado.
Então, chorareis todas as vossas lágrimas; que serão tão mais amargas, quanto mais doces forem as recordações da felicidade. E, embora às vezes vos pareça a morte em vida, a saudade vos ajudará a viver.
Até que em vós o amor possa renascer. 


Arabe