Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

"Dom Quixote e a Modernidade"!

Dom Quixote foi escrito pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes em 1605.
A mais famosa obra de Cervantes foi o primeiro produto de massa da história da humanidade a acontecer e, atualmente, é o segundo livro mais traduzido do mundo. Para a mentalidade ainda medieval do século XVI, Dom Quixote era cômico.
Em meados de 1800, Dom Quixote era considerado libertário. E, no século XX, comentava-se que ele era lunático. Algo de importante deve ter Dom Quixote, pois o vemos não apenas na literatura como também na história, na filosofia e na arte há 400 anos.
É um personagem revolucionário e fundador e, ao mesmo tempo, universal e eterno.
O personagem de Dom Quixote já faz parte do hall de arquétipos junguianos da humanidade.
O fidalgo era guerreiro, assim como a maioria das pessoas, principalmente, o brasileiro, o é. Ele saiu de sua aldeia e foi para o mundo, assim como fazemos quando deixamos de ser criança para nos aventurar no mundo adulto.
Dom Quixote fugiu da vida real e foi se esconder em suas fantasias, assim como fazem algumas pessoas que preferem não encarar a realidade.
Dom Quixote era um louco lúcido porque enxergava o que os outros não enxergavam, mas também era ingênuo porque a maioria de nós sabe que é impossível mudar o mundo – pode ser que seja possível alguma mudança no bairro em que moramos. O personagem idealista fez uma apologia à amizade, relação na qual aconteceram milhares de sentimentos bons e ruins.
Apesar de opostos, um não podia existir sem o outro, pois eram complementares. Afinal, a humanidade é produto dessa multiplicidade de dualidades.
Assim como hoje, na época de Cervantes coexistiam os que podiam se gabar de suas riquezas infindáveis e os que não tinham onde cair mortos. Dom Quixote tinha o espírito aventureiro de Cervantes – o mesmo, provavelmente, do ser humano. Cervantes fala de liberdade em sua obra, mas não da liberdade de nascer acorrentado a um sistema que em sua época já era capitalista e ditador.
Foi devido à mente altruísta e justa de Cervantes que o espírito da esperança, através do personagem Dom Quixote de La Mancha, permaneceu vivo até hoje e jamais morrerá.
Apesar das dificuldades que a humanidade enfrenta a cada dia, é preciso acreditar que existe uma solução para quase todas as coisas.


Carol Westphalen