Somos Anjos e Mestres!
Todos nós sabemos alguma coisa que alguém, em algum lugar, precisa aprender e, por vezes, nós mesmos recordarmos.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

"Viver em Paz... Amar o Amor" !!!


Acredito em paixão a primeira vista, pois é a paixão que solta faíscas, é a paixão que dá o disparo, a paixão que desassossega e faz perder a razão.
O Amor é um produto da convivência, da admiração, do pensar sobre o outro, do sentir a ausência de maneira calma, e não em desespero. Por isso, uma vida em paz é uma vida com amor, uma vida que surge depois que a energia explosiva da paixão se converte em amor perenizável.
Gosto mesmo da ideia de "Amar o Amor", a capacidade de guardar aquilo que me faz bem. É claro que a paixão também faz bem, mas só  por um certo tempo. Ela não pode ser persistente, caso contrário ela faz adoecer, ela descontrola, suspende a noção de tempo e espaço.
Assim, paz de espírito é aquilo que faz com eu consiga orquestrar as minhas paixões de maneira que elas se convertam em energia positiva e controlável.
Por esse ponto de vista, para ter paz de espírito, viver em paz é saber que está fazendo o que precisa ser feito... Isso exige racionalidade.
Obedecer ao coração não é ser dominado pelo coração, não é excluir a razão... Obedecer ao coração é agir em equilíbrio, numa parceria entre coração e razão. Para mim o equilíbrio ideal é aquele da bicicleta, o equilíbrio que só existe quando se está em movimento.
Algumas religiões consideram o equilíbrio e o alcance da paz como estados de ausência de qualquer emoção. Para mim, equilíbrio não é um ponto estático entre dois opostos, não é estar no meio...
É ir aos extremos e não se perder, seja na ciência, na religião, na política, nos experimentos, no erótico... É ser capaz de vivenciar os  múltiplos territórios da vida sem neles se ancorar.
A pessoa que vai para a "balada" e fica com um, depois fica com outro e no próximo final de semana fica com mais outro, bem, essa pessoa não é alguém que tem muita possibilidades, e sim alguém com uma lacuna de sentimentos.
Excesso de oferta muitas vezes é incapacidade de escolha. Quem transa com quem quer quando quer não é libertário, e sim uma pessoa com um sentimento caótico em relação a suas escolhas. Pode-se argumentar que a pessoa escolhe ficar com muitos. Tudo bem, mas tenha em mente que, se tudo é prioridade, então não existe prioridade nenhuma...
É como mural da faculdade... Lotado ou vazio dá no mesmo, já que ninguém lê.
Escolher é adotar certas posturas e deixar outras de lado. Por isso, o equilíbrio não está em vivenciar tudo e qualquer coisa, mas em saber fazer escolhas sabendo que nem toda escolha é válida. Se toda escolha tiver validade, estamos no camo relativismo, que é ausência de critério.
Assim como a carência define nossos rumos, é a ausência que molda nossos gostos. Uma pessoa só sente felicidade ou paz porque a felicidade e a paz não são contínuas. Nós só valorizamos algo quando há a possibilidade desse algo se ausentar...O exílio dá saudade.
A felicidade contínua é uma impossibilidade, uma vez que as pessoas vivem em meio a outras pessoas e atribulações. Mas, se a felicidade pudesse ser um estado contínuo, nós não a perceberíamos, assim como não percebemos nossa respiração, exceto na carência, quando o ar falta.
"Viver em Paz, é ser capaz de vivenciar os múltiplos territórios da Vida sem nele se ancorar... É Amar o Amor"!

Mário Sérgio Cortella